Resumo
Depois da guerra, solta da prisão, ela arrumou um emprego em Inari-cho, no centro de Tóquio: no Hoshi-Kiku-Sui – a Água-Crisântemo-Estrela – um bar. Ali, toda noite, trabalhadores da redondeza – pois tratava-se de um taishusakaba, um bar de trabalhadores – se reuniam para beber saquê e shochu e beliscar lula grelhada com picles de nabo. E toda noite, por volta das dez, Sada Abe aparecia. Era esplêndido. Ela descia a escada – o que, em si, já era um grande acontecimento, que se encerrava bem no meio da clientela. Sempre de quimono chamativo, algum que restara da época de seu crime – começo de Showa, 1936 –, Sada Abe surgia no topo dos degraus, parava, observava a platéia embaixo e então descia lentamente.
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