Banner Portal
Temporalidades Vegetais
PDF

Palavras-chave

Maturação
Temporalidade
Etnologia Amazônica
Plantas

Como Citar

CABRAL DE OLIVEIRA, Joana. Temporalidades Vegetais: Ciclos de vida, maturação e morte em uma etnografia Ameríndia. Maloca: Revista de Estudos Indígenas, Campinas, SP, v. 5, n. 00, p. e022007, 2022. DOI: 10.20396/maloca.v5i00.16092. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/maloca/article/view/16092. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Esse artigo se volta ao modo como espécies vegetais produzem múltiplas temporalidades entre os Wajãpi, um povo ameríndio que habita a amazônia brasileira. Inpirado por uma análise antropológica não-antropocêntrica ou por “uma antropologia para além do humano”, o artigo é uma exploração etnográfica sobre como os Wajãpi percebem as dimensões concretas e sensíveis de certas plantas, e como eles as compreendem como sujeitos, em um processo que produz diferentes tempo-espaços. Também demonstra como certos conceitos são centrais nesse processo, tais como as ideias de ciclo de vida, maturação e morte, o que conduz a noções como as de co-temporalidade e a diferença entre grupos e indivíduos.

https://doi.org/10.20396/maloca.v5i00.16092
PDF

Referências

Babikova, Z., L. Gilbert, T. A. B. Bruce, M. Birkett, J. C. Caulfield, C. Woodcock, J. A. Pickett, D. Johnson. 2013. “Underground signals carried through common mycelial networks warn neighbouring plants of aphid attack”. Ecology Letters 16, 835-843.

Baluska, F., S. Mancuso. 2007. “Plant neurobiology as a paradigm shift not only in the plant sciences”. Plant Signaling & Behavior, 2:4, 205-207.

Baluska, F., S. Mancuso. 2009. “Plant neurobiology: from sensorybiology, via plant communication, to social plant behavior”. Cognitive Process, 10 (Suppl 1), 3-7.

Baluska, F., Mancuso, S. Volkmann, D. Barlow, P.. 2009. “The root-brain hypothesis of Charles and Francis Darwin”. Plant Signaling & Behavior, 4:12, 1121-1127.

Bateson, G. 1979 Mind and Nature. A necessary unity. New York: E. P. Dutton.

Bateson, G. 1972. Steps of an ecology of mind. Nothvale, London: Jason Aronson Inc.

Cabral, M. P. 2014. No tempo das pedras moles. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Pará, Pará.

Cabral de Oliveira, J. 2012a. “Vocês sabem porque vocês viram!”: reflexão sobre modos de autoridade do conhecimento. Revista de Antropologia, v.55, n.1., 51-74.

Cabral de Oliveira, J. 2102b. Entre plantas e palavras. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Cabral de Oliveira, J. 2009. “Social Networks and Cultivated Plants: Exchange of Planting Materials and Knowledge”. Tipití, vol 6, no 2, 101-110.

Cabral de Oliveira, J.. 2015. “Ensaio sobre práticas cosmopolíticas entre famílias wajãpi. Sobre a imaginação, o sensível, o xamanismo e outras obviedades”. Mana 21 (2).

Campbel, A. T. 1989. To square with genesis. Edinburgh: Edinburgh University Press.

Coccia, E. 2018. A vida das plantas. São Paulo: Cultura e Barbárie.

Fausto, C. 2008. “Donos demais: maestria e domínio na Amazônia”. Mana, vol. 14/2, 329-366.

Gallois, D. T. 1993. Mairi revisitada. A reitegração da fortaleza de Macapá na tradição oral dos Waiãpi. São Paulo: NHII/USP e Fapesp.

Gallois, D. T. 1986. Migração, Guerra e Comércio: os Waiãpi na Guiana. FFLCH- USP, São Paulo.

Gallois, D. T. 1988. O movimento na cosmologia waiapi: criação, expansão e transformação do universo. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo.

Gallois, D. T. 1996. “Xamanismo waiãpi: nos caminhos invisíveis, a relação i-paie”. In: E. Jean Matteson Langdon (org.), Xamanismo no Brasil. Novas perspectivas. Florianópolis: Editora da UFSC, 39-74.

Garcia, U. 2010. Karawara. A caça e o mundo dos Awá-Guajá. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo. Gell, A. 1998. Art and Agency: An Anthropological Theory. Oxford: Oxford University Press.

Grenand, P. 1979. «Commentaires à propos d’un abattis wayãpi». Cahiers Sciences Humaines, ORSTOM, vol. XVI, n° 4, Paris, 299-303.

Grenand, P. 1980. Introduction a l’Étude de l’Univers Wayãpi. Paris: Centre National de la Recherche Scientifique, Paris.

Grenand, F. 1995. “Lês Voyage des mots. Logique de la nomination des plantes: exempledans des langues tupi du Brésil”. Revue d’ethnolinguistique 7, Paris, 23-42.

Gow, P. 2001. An amazonian myth and its history. Oxford: Oxford University Press.

Haraway, D. 2003a. The companion species manifesto: dogs people and significant otherness. Chicago: Prickly Paradigm Press.

Haraway, D. 2003b. When species meet (posthumanities). Paperback, New York, 2003b.

Haraway, D. 2000. “Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX”. T. Tadeu da Silva org. Antropologia do ciborgue. Belo Horizonte: Autêntica, 37-130.

High, C. 2012. “Shamans, animals and enemies: human and non-human agency in an Amazonian cosmos of alterity”. In: Marc Brightman, Vanessa Grotti and Olga Ulturgasheva (eds). Animism in rain forest and tundra. London: Berghahn books, 130-145.

Hugh-Jones, C. 1979. From the milk river: spatial and temporal processes in Northwest Amazonia. Cambridge: Cambridge University Press.

Hughes, A. 2002. “Imagining the di- vine: Ghazali on imagination, dreams, and dreaming”. Journal of the American Academy of Religion, 70(1):33-53.

Ingold, T. 2000. The perception of the environment. Essays on livelihood, dwelling and skill. London: Routledge.

Ingold, T.. 2004. “Beyond biology and culture: the meaning of evolution in a relational world”. Social Anthropology, vol. 12, número 2, Cambridge University Press, Cambridge, 209-221.

Johnson, D., L. Gilbert, T. 2015. “Interplant signalling through hyphen networks”. New Phytologist, 205: 1448–1453.

Kohn, E. 2013. How forests think: toward an anthropology beyond the human. New York: Paperback.

Latour, B. 2000. Ciência em ação. Como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: UNESP.

Latour, B. 2001. A esperança de Pandora. Bauru: EDUSC. Latour, B. 2002. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)tiches. Bauru: EDUSC.

Lévi-Strauss, C. 1970. O pensamento selvagem. São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1970 [1962].

Lévi-Strauss, C. 2004. O Cru e o Cozido. São Paulo: Cosac & Naify. Lévi-Strauss, C. 2011. O Homem Nú. São Paulo: Cosac & Naify.

Lima, T. S. 1996. “O dois e seu múltiplo. Reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia Tupi”. Mana 2(2), 21-47. Lima, T. S. 2005. Um peixe olhou para mim. Ed. Unesp, São Paulo.

Margulis, L. 1987. “Os primórdios da vida”. William I. Thompson org. Gaia. Uma teoria do conhecimento. São Paulo: Ed. Gaia. Marras, S. 2009. Recintos e evolução: capítulos de antropologia da ciência e da modernidade. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Mancuso, S. 2019. A revolução das plantas. São Paulo: Ubu.

Mayr, E. 2001. O que é evolução? São Paulo: Ed. Rocco.

Mora-Urpí, J.; Weber, J. C. and Clement, C. R. 1997. Peach palm. Bactris gasipaes Kunth. Promoting the conservation and use of underutilized and neglected crop 20. Rome: Institute of Plant Genetics and Crop Plant Research, Gatersleben/ International Plant Genetic Resources Institute.

Mosko, M. 2009. “The fractal yam: botanical imagery and human agency in the Trobriands”. London: JRAI, volume 15, issue 4.

Murrieta, R. S. S.; Winklerprins, A. 2003. “Flowers of Water: Homegardens and Gender Roles in a Riverine Caboclo Community in the Lower Amazon, Brazil”. Culture & Agriculture, 25(1): 35-47.

Overing, J. 2006. “O fétido odor da morte e os aromas da vida. Poética dos saberes e processo sensorial entre os Piaroa da bacia do Orinoco”. Revista de Antropologia, 49(1): 19-54.

Overing, J. 1991. “A estética da produção: o senso de comunidade entre os Cubeo e os Piaroa”. Revista de Antropologia Vol. 34: 7-33.

Pollan, M. 2003. The botany of desire. New York: Random House Trade Paperbacks.

Pitrou, P. 2014. “Life as process of making in the Mixe Highlands (Oxaca, Mexico): towards a ‘general pragmatics’ of life”, 1-20. London: JRAI.

Rival, L. 1993. “The Growth of Family Trees: Huaorani Conceptualization of Nature and Society”. Man 28 (4), 635-652.

Rival, L. 1998. “Domestication as a historical and symbolic process: wild gardens and cultivated forests in the Ecuadorian Amazon”. William Balée org. Principles of Historical Ecology. New York, Columbia University Press, pp. 232-250.

Santos-Graneiro, F. 2009. “Introduction”. The occult life of things. Tucson: The University of Arizona Press, 1-29.

Saez, O. C. 2005. “A terceira margem da história: estrutura e relato das sociedades indígenas”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol.20, n.57: 39-51.

Sulkin, C. L. 2005. “Inhuman Beings: Morality and Perspectivism among Muinane People (Colombian Amazon)”. Ethnos, 70-1: 1-33.

Simard, S. W. 2009. “The foundational role of mycorrhizal networks in self-organization of interior Douglas-fir forests”. Forest Ecology and Management 2009, 95-107.

Strathern, M. 2014. O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: Cosac & Naify.

Strathern, M. 1991. Partial connections. Oxford: AltaMira Press. Thompson, W. I. 1987. “Prefácio”. William I.

Thompson org. Gaia. Uma teoria do conhecimento São Paulo: Ed. Gaia.

Tsing, A. 2012. “Unruly edges: mushrooms as companion species”. Environmental humanities vol.1, 141-154.

Tsing, A. 2015. The Mushroom at the end of the World. New York: Princeton University Press.

Varela, F. 1987. “O caminhar faz a trilha”. William I. Thompson org. Gaia. Uma teoria do conhecimento. São Paulo: Ed. Gaia.

Van Dooren, T. 2012. “Wild seed, domesticated seed. Companion species and emergence of agriculture”. Philosophy, activism, nature n. 9, 22-28.

Van Dooren, T. 2011. “Vultures and their people in India: Equity and entanglement in a time of extinctions”. Australian Humanities Review issue 50, 45-61.

Van Velthem, L. H. 2003. O Belo é a Fera. A Estética da Produção e da Predação entre os Wayana. Lisboa: Assírio e Alvim.

Viveiros de Castro, E. 2002. A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac & Naify.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Joana Cabral de Oliveira

Downloads

Não há dados estatísticos.