Banner Portal
Roçando caminho e semeando paisagem
PDF

Palavras-chave

Paisagens ameríndias
ações antrópicas
povos isolados
Rondônia
Terra Indígena Massaco

Como Citar

VILLA PEREIRA, Amanda. Roçando caminho e semeando paisagem. Maloca: Revista de Estudos Indígenas, Campinas, SP, v. 5, n. 00, p. e022012, 2022. DOI: 10.20396/maloca.v5i00.15889. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/maloca/article/view/15889. Acesso em: 28 mar. 2024.

Resumo

A Ecologia Histórica se tornou uma linha de pesquisa fértil para pensar a interação entre humanos, plantas, animais e paisagens. Somando aos esforços nesse sentido, trago o caso dos indígenas em isolamento na Terra Indígena Massaco-RO e as compreensões a seu respeito a partir dos vestígios encontrados em expedições de fiscalização. Apoiado na ideia de uma recusa à agricultura “antineolítica” (Otto, 2016) como uma escolha de perda vantajosa (Levi-Strauss, 2005), e buscando uma saída ao binômio “esquecimento” vs. “abandono situacional” (Santos, 2016), este texto versa sobre as inscrições que os deslocamentos imprimem nas paisagens, ao mesmo tempo em que o faz naqueles que se deslocam, chamando a atenção para possíveis práticas cultivares ocultas à primeira vista.

https://doi.org/10.20396/maloca.v5i00.15889
PDF

Referências

Amorim, Fabricio. 2018. “O papel dos povos indígenas isolados na efetivação de seus direitos: apontamentos para o reconhecimento de suas estratégias de vida”. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America 16 (1): 149-157.

Amoroso, Marta. 2020. “A descoberta da manhafã: seguindo a trilha da floresta com os Mura”. In: Oliveira, J.; Amoroso, M.; Lima, A.; Shiratori, K.; Marras, S.; Emperaire, L. Vozes Vegetais: diversidade, resistências e histórias da floresta. São Paulo: Ubu Editora, 167-186.

Aparicio, Miguel. 2019. A relação banawá, socialidade e transformação nos Arawá do Purus. Tese de doutorado, Museu Nacional/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.

Aparicio, Miguel. 2020. “Contradomesticação na Amazônia indígena”. In: Oliveira, J.; Amoroso, M.; Lima, A.; Shiratori, K.; Marras, S.; Emperaire, L. Vozes Vegetais: diversidade, resistências e histórias da floresta. São Paulo: Ubu Editora, 189-212.

Balée, William. 1993. “Biodiversidade e os índios amazônicos”. In: Carneiro da Cunha, Manuela; Viveiros de Castro, Eduardo. Amazônia Etnologia e História Indígena. São Paulo: NHII, USP.

Balée, William. 1994. Footprints of the forest: Ka’apor Ethnobotany – the Historical Ecology of Plant Utilization by an Amazonian People. New York: Columbia University Press.

Cangussu, Daniel. 2021. Manual do Indigenista Mateiro: Princípios de botânica e arqueologia aplicados ao monitoramento e proteção dos territórios dos povos indígenas isolados na Amazônia. Dissertação de mestrado, INPA, Manaus, Amazonas, Brasil.

Carelli, Vincent (Direção). 2009. Corumbiara. Produção: Vídeo nas Aldeias. Colorido, 160 minutos. Brasil.

Caspar, Franz. 1958. Tupari: entre os índios, nas florestas brasileiras. São Paulo: Editora Melhoramentos.

Clemente, Charles R. 1999. “1942 and the loss of amazonian crop genetic resources. I. The relation between domestication and human population decline”. Economic Botany 53 (2): 188-202.

Cormier, Loretta A. 2006. “Between the Ship and the Bulldozer: Historical Ecology of Guajá Subsistence, Sociality, and Symbolism After 1500”. In: BALÉE, William; ERICKSON, Clark. Time and Complexity in Historical Ecology: Studies in the Neotropical Lowlands. New York: Columbia University Press.

Descola, Philippe. 1996. La selva culta: Simbolismo y praxis en la ecología de los Achuar. Lima: Institut français d’études andines, Abya Yala.

Diniz, Renata O. 2017. “Outra vez, me deixa em paz!: crônicas de um desencontro tupi-guarani no Maranhão”. Revista de Antropologia da UFSCar 9 (1): 83-107.

Fabian, Johannes. 2013. O Tempo e o Outro: como a antropologia estabelece seu objeto. Petrópolis-RJ: Vozes.

Fausto, Carlos. [2001] 2014. Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na amazônia. São Paulo: Edusp.

Finkelstein, Cláudio; Lima, Clarisse L. 2022. Enciclopédia Jurídica da PUCSP, tomo XI. São Paulo, Pontifício Universidade Católica de São Paulo. Acesso em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/pdfs/refugiados_6218f3e39245a.pdf

Fischermann, Bernd. “Pueblos Indígenas y Nacionales Originários en Bolívia Tierras Bajas Pueblo Sirionó”. In: Atlas Territórios Indígenas y Originarios en Bolivia. La Paz: MDRyT-Viceministerio de Tierra; 2010: 65-66.

Franco, Victoria. 2019. “Isolados Kawahiva resistem ao cerco do desmatamento no Mato Grosso”. In: Cercos e resistência: povos indígenas isolados na Amazônia brasileira. Ricardo, Fany; Gongora, Majoí F. (orgs.). São Paulo: Instituto Socioambiental, 212-215.

Garcia, Uirá F. 2010. Karawara: a caça e o mundo dos Awá-Guajá. Tese de doutorado, USP, São Paulo, SP, Brasil.

Godoy, Gustavo. 2020. Os Ka’apor, os gestos e os sinais. Tese de doutorado, Museu Nacional -UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Gow, Peter. 2011. “‘Me deixa em paz!’: um relato etnográfico preliminar sobre o isolamento voluntário dos Mashco”. Revista de Antropologia 54 (1): 11-46.

Harlan, Jack. 1975. Crops and Man. Madison: American Society of Agronomy.

Holmberg, Allan. 1948. “The Siriono”. In: Steward, Julian H. (ed.). Handbook of South American Indians. Vol. 3: The Tropical Forest Tribes. Washington: United States Government Printing Office, 455-464.

Holmberg, Allan. 1950. Nomads of the Long Bow: the Sirionó of Eastern Bolivia. Washington: Smithsonian Institution, Institute of Social Anthropology, Publication nº.10. Digitalizado pelo Internet Archive e disponível na Biblioteca Digital Curt Nimuendaju em: http://biblio.etnolinguistica.org/holmberg_1950_siriono. Acesso em 28 abr. 2021.

Jabur, Clarisse. 2021. “Una política ‘a médio camino’: reflexiones sobre la política para pueblos indígenas de contacto reciente en Brasil”. Anthropologica, año XXXIX (47): 413-445.

Keller, Luciana. 2020. Vivendo no “vazio”: relações entre os sobreviventes Kanoê e Akuntsú da Terra Indígena Rio Omerê (RO). Dissertação de mestrado, UnB, Brasília, DF, Brasil.

Lévi-Strauss, Claude. 1948. “Tribes of the right bank of the Guaporé river”. In: Steward, J. (org.). Handbook of South American Indians. Washington: Smithsonian Institute.

Lévi-Strauss, Claude. 1950. “The use of wild plants in tropical South America”. In: Steward, J. (org.). Handbook of South American Indians, vol. 6: 465-486. Physical Anthropology, Linguistics and Cultural Geography of South American Indians. Washington: Smithsonian Institute.

Lévi-Strauss, Claude. [1967] 2005. Do mel às cinzas. Coleção Mitológicas 2. São Paulo: Cosac & Naify.

Maldi, Denise. 1991. “O complexo cultural do marico: sociedades indígenas dos rios Branco, Colorado e Mequens, afluentes do médio Guaporé”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Antropologia 7 (2).

Matos, Beatriz de Almeida. 2018. “Povo onça, povo larva: animais e plantas na constituição da pessoa, diferenciação de gênero e parentesco matses”. Revista de Antropologia 61 (3): 109-129.

Meireles, Denise Maldi. Guardiães da fronteira: rio Guaporé, século XVIII. Petrópolis: Editora Vozes, 1989.

Mendes dos Santos, Gilson. 2020. “Transformar as plantas, cultivas o corpo”. In: Oliveira, J.; Amoroso, M.; Lima, A.; Shiratori, K.; Marras, S.; Emperaire, L. Vozes Vegetais: diversidade, resistências e histórias da floresta. São Paulo: Ubu Editora, 140-153.

Miller, Joshua Rhett. 2016. “‘The Man of the Hole’ lives a life that’s the stuff of nightmares”. New York Post. Disponível em: https://nypost.com/2016/09/22/the-terrifyinglonely-ordeal-of-man-of-the-hole/ - acesso 20 jan. 2018.

Neves, Eduardo. 2020. “Castanha, pinhão e pequi ou a alma antiga dos bosques do Brasil”. In: Oliveira, J.; Amoroso, M.; Lima, A.; Shiratori, K.; Marras, S.; Emperaire, L. Vozes Vegetais: diversidade, resistências e histórias da floresta. São Paulo: Ubu Editora.

Neves, Eduardo; Fausto, Carlos. 2018. “Was there ever a Neolithic in the Neotropics?: Plant familizarisation and biodiversity in the Amazon”. Antiquity 92 (366): 1604-1618.

Neves, Eduardo; Heckenberger, Michael. 2019. “The call of the wild: rethinking food production in ancient Amazonia”. Annual Review of Anthropology 48 (1): 371-388.

Oliveira, Joana Cabral de. 2016. “Mundos de roças e florestas”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Humanas, Belém, 11 (1): 115-131.

Otto, Renata. 2016. “A Besta Árida: uma perspectiva ‘antineolítica’ entre os Awá-Guajá, Tupi no Maranhão”. Teoria e Sociedade, Belo Horizonte 24 (2): 130-154.

Reel, Monte. 2011. O último da tribo: a epopeia para salvar um índio isolado na Amazônia. Trad. Marcos Bagno. São Paulo: Companhia das Letras.

Ribeiro, Ricardo Gomes. 2018. Estudo etnobotânico e físico-químico da batata-mairá (Casimirella spp. - Icacinaceae). Dissertação de mestrado defendida no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus.

Ricardo, Fany; Gongora, Majoí F. 2019. “Editorial”. In: Cercos e resistência: povos indígenas isolados na Amazônia brasileira. Ricardo, Fany; Gongora, Majoí F. (orgs.). São Paulo: Instituto Socioambiental, 16-17.

Rival, Laura M. 2002. Trekking Through History: the Huaorani of Amazonian Ecuador. Nova Iorque: Columbia University Press.

Sahlins, Marshall. 2007. “A sociedade afluente original”. In: Cultura na prática. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 105-152.

Santos, Júlia Otero dos. 2016. “Bebida, roça, caça e as variações do social entre os Arara de Rondônia”. Espaço Ameríndio, Porto Alegre 10 (2): 118-161.

Shiratori, Karen. 2019. “O olhar envenenado: a perspectiva das plantas e o xamanismo vegetal jamamadi (Médio Purus, AM)”. Mana, Rio de Janeiro 25 (1): 159-188.

Snethlage, Emil H. 2016. Die Guaporé-Expedition (1933-1935): Ein Forschungstagebuch. Rotger M. Snethlage, Alhard-Mauritz Snethlage e Gleice Mere (orgs.). Böhlau Verlag Köln Weimar Wien.

Vander Velden, Felipe. 2015. “Los niños perdidos de Yjko: historia y alteridad en las relaciones de los karitianas com los ‘bajitos’ de la FLONA de Bom Futuro (Rondonia, Brasil)”. In: Cecilia Martínez & Diego Villar (ed.). En el corazón de América del Sur (2): 213-228. Santa Cruz de la Sierra: Biblioteca del Museo de Historia.

Villa, Amanda. 2018. Demarcando vestígios: definindo (o território de) indígenas em isolamento voluntário na Terra Indígena Massaco. Dissertação de mestrado, UFSCar, São Carlos, SP, Brasil.

Viveiros de Castro, Eduardo. 1986. Araweté: os deuses canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Viveiros de Castro, Eduardo. 2019. “No people are na island”. In: Enclosures and resistance: isolated indigenous peoples in brazilian amazonia. São Paulo: Instituto Socioambiental.

Winterhalder, Bruce. 1981. “Foraging Strategies in the Boreal Forest: An Analysis of Cree Hunting and Gathering”. Winterhalder, B.; Smith, E. A. (ed.). In: Hunter-Gatherer Foraging Strategies: Ethnographic and Archeological Analyses. Chicago: University of Chicago Press.

Winterhalder, Bruce; Kennett, Douglas. 2006. “Behavioral ecology and the transition from hunting and gathering to agriculture”. In: Kennett, D.; Winterhalder, B. (org.). Behavior ecology and the transition to agriculture, 1-21. Berkeley: University of California Press.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Amanda Villa Pereira

Downloads

Não há dados estatísticos.