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Mineração e(m) Terras Indígenas
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Palavras-chave

Mineração
Alto Rio Negro
Eventos
Povos indígenas

Como Citar

IUBEL, Aline. Mineração e(m) Terras Indígenas: reflexões a partir do alto rio Negro. Maloca: Revista de Estudos Indígenas, Campinas, SP, v. 3, n. 00, p. e020005, 2020. DOI: 10.20396/maloca.v3i00.13692. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/maloca/article/view/13692. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Este artigo constrói algumas narrativas etnográficas acerca da mineração no alto rio Negro, noroeste amazônico, a partir da pluralidade de atores (indígenas, garimpeiros, empresas, militares, indigenistas, órgão de governo, legisladores etc.), instrumentos ou artefatos (minérios, cartas, leis, projetos de lei, dados científicos, dados de prospecção, ferramentas, dragas etc.) e relações (“poderes”, consensos, dissensos, cooptação etc.) que são postos em cena. Pelo movimento do texto o leitor é conduzido retrospectivamente através de eventos e episódios recentes a um cenário no qual, desde pelo menos os anos 1970, os indígenas (e também não indígenas) do alto rio Negro têm se deparado com a mineração e o garimpo. No entanto, a narrativa não se restringe ao contexto regional, fazendo muitas vezes a ponte com eventos ocorridos e decisões tomadas na esfera nacional. O objetivo principal é mostrar como o acúmulo de experiências e também diferentes perspectivas e anseios em relação à atividade minerária são constantemente atualizadas pelos indígenas do alto rio Negro em relações locais e supralocais.

https://doi.org/10.20396/maloca.v3i00.13692
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