Resumo
Eu sou Daphne Lourenço, médica de família e comunidade, carioca, que veio para o Parque Indígena Xingu, localizado no estado do Mato Grosso, para trabalhar no enfrentamento da pandemia de Covid-19. Os relatos a seguir são referentes a experiências em diferentes aldeias do Alto Xingu, porção sul do território, área onde o vírus entrou no parque e se espalhou rapidamente. Por conta da precária rede de atenção à saúde nessa região do país e situações de preconceito contra os indígenas vividas nos hospitais das cidades do entorno do parque, a maioria dos pacientes optou por não sair da aldeia quando doentes, independente da gravidade. Dentro das aldeias os recursos são limitados, temos acesso ao oxigênio e algumas medicações venosas, mas em alguns casos não foram suficientes. Usar o EPI completo e lavar as mãos constantemente também são grandes desafios. O calor e a pouca disponibilidade de água encanada por perto são barreiras no dia a dia. Compartilho um pouco dos meus sentimentos com vocês.
Referências
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