Resumo
Os que leem esta apresentação da tradução do texto “Indigenous Cosmopolitics in the Andes: Conceptual Reflections beyond ‘Politics’”, de Marisol de la Cadena, provavelmente chegaram até aqui interessados pela questão da cosmopolítica. Tal discussão, que crescentemente habita a antropologia feita no Brasil, faz parte de um movimento da disciplina em direção a mundos outros, cada vez mais visíveis em nossas defeituosas ferramentas intelectuais. Esse movimento parte dos mundos cosmopolíticos, dos não humanos e de concepções não modernas e não naturalistas que invadem o pensamento ocidental pelo elo mais fraco, a antropologia – mas não só. O movimento de desocidentalização do pensamento contemporâneo é contundente e vai além do exercício de tolerância, inclusão e reconhecimento de outras vozes e cosmovisões. Trata-se de um movimento em que o próprio Ocidente se entende como cada vez mais cosmopolítico.
Referências
BAILÃO, André; PINHEIRO, Jamille; OLIVEIRA, Joana; MARINI, Marisol; TADDEI, Renzo; MARRAS, Stelio. Entreviver – desafios cosmopolíticos contemporâneos. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 69, p. 13-23, 2018.
BLASER, Mario. Uma outra cosmopolítica é possível? R@U – Revista de Antropologia da UFSCar, n. 10, v. 2, p.14-42, 2018.
CHAVELZON, Salvador. Introdução Dossiê - Cosmopolíticas e ontologias relacionais entre povos indígenas e populações tradicionais na América Latina. Revista de Antropologia, v. 59, n. 3, p. 7-17, 2016.

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