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Reivindicando fluxos em contextos de desigualdade
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Palavras-chave

Transposição das águas - Rio São Francisco
Povos indígenas
Nordeste do Brasil
Projetos de desenvolvimentoo
Movimentos sociais

Como Citar

CAMARGO, Carla Souza de. Reivindicando fluxos em contextos de desigualdade: os povos indígenas do sertão de Itaparica e a transposição do Rio São Francisco. Maloca: Revista de Estudos Indígenas, Campinas, SP, v. 1, n. 1, p. 98–120, 2019. DOI: 10.20396/maloca.v1i1.13199. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/maloca/article/view/13199. Acesso em: 4 maio. 2024.

Resumo

Este artigo se insere no debate acerca do novo panorama de desafios colocados aos modos de vida das populações tradicionais frente a projetos de grande infraestrutura. A partir de uma etnografia dos processos de negociação, articulação e resistências de povos indígenas envolvidos no processo de construção do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco, o objetivo deste artigo é colocar em discussão como esta obra causa grande instabilidade aos povos tradicionais que habitam o sertão de Itaparica, região de intensa modificação ocasionada pelos grandes projetos de desenvolvimento. O artigo também procura dar visibilidade à ação política dos povos indígenas do sertão de Itaparica, principalmente acerca dos espaços institucionais de negociação sobre a água. Coloca-se em debate como não é possível pensar a ação política dos povos indígenas pela água descolada das reivindicações sobre a terra. Essa ação política caracteriza-se pelas associações com instituições, organizações não governamentais e outras populações tradicionais para, por um lado, discutir, pressionar e garantir as políticas públicas necessárias para a mitigação de impactos e, por outro lado, participar da gestão, avaliação e preservação do Rio São Francisco.

https://doi.org/10.20396/maloca.v1i1.13199
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