Resumo
A modernidade, sobretudo em seu apogeu iluminista, ensejou a crença numdevir auspicioso fundado, segundo Adam Smith, no desenvolvimento das forçasprodutivas do trabalho [productive powers of labour]. Porém, ainda no séculoXVIII, em meio a um otimismo generalizado, que se consagrou com a gêneseda historicidade (entendida como “progresso”) e espraiou-se através de autorescomo Kant ou Condorcet, já se insurgia Rousseau contra a crença datécnica como panacéia para a resolução dos problemas humanos. À esteira deambos (Smith e Rousseau), Marx demonstra que o capital é um poderoso estimulanteao desenvolvimento das forças produtivas, mas traz aparelhado em si asubmissão estranhada do processo de reprodução social à valorização do valor[Verwertungs des Werts], com o quinhão de barbárie que lhe é inerente. O crescimentopermanente e ilimitado da riqueza abstrata que carateriza o capital, figuraapoteótica da tríade fetichóide (mercadoria, dinheiro e capital), só se podeconsumar às expensas da subordinação da satisfação das necessidades (e davida) humanas a seu desiderato, pela imposição de seu automatismo, que subalternizatodas as apetências.![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
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Copyright (c) 2005 Mauro Castelo Branco de Moura
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