Palavras-chave
Educação global
Banco mundial
Como Citar
Resumo
Este artigo tem como objetivo abordar a agenda do Banco Mundial para a educação no ensino médio brasileiro, considerando o contexto atual de financeirização e, mais recentemente, no cenário pós-pandemia do COVID-19. Argumenta-se que esse arranjo se fundamenta na necessidade de readequação intelectual, adaptação ao ambiente digital e às tecnologias de informação e comunicação (TDICs), motivada pelo objetivo de readequar os conteúdos de aprendizagem e os investimentos de capital neste setor. Com base na análise documental do relatório intitulado “Achieving Global Education in Brazil” e do mais recente projeto intitulado “Recovering learning loss from the COVID 19 Pandemic in Brazil”, pretendemos enfatizar seus princípios fundamentais e como eles interferem no conjunto de reformas do Ensino Médio. Por fim, argumenta-se que as reformas educacionais fazem parte de um conjunto maior de ajustes fiscais no Brasil, considerando que o setor da educação média se coloca como eixo de investimento de capital na era das finanças.
Referências
BANCO MUNDIAL. Recuperando as perdas de aprendizados da pandemia de COVID19 no Brasil. Documento Programático. Washington, 2022. Disponível em: https://projects.worldbank.org/en/projects-operations/project-detail/P178563. Acesso em: 12 mai. 2022.
BRUNS, B.; EVANS, D.; LUQUE, J. Achieving world-class education in Brazil: The next agenda. Washington, World Bank Publications, 2012.
COELHO, J.C. Banco mundial: desigualdade e poder na Economia Política Internacional. Campinas: Análise estratégica, 2005.
DECKER, A.; EVANGELISTA, O. Educação na lógica do Banco Mundial: formação para a Sociabilidade Capitalista. Roteiro, v. 44, n. 3, p. 1-24, 2019.
DEITOS, R.A. O capital financeiro e a educação no Brasil, 2005. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
FREITAS, L. C. de. A reforma Empresarial da educação. Expressão Popular, 2018.
FERREIRA, E. B.; FONSECA, M.; DA SILVA SCAFF, E. A. A interferência do Banco Mundial no ensino secundário brasileiro: experiências históricas e desafios atuais. Revista ibero-americana de estudos em educação, p. 1733-1749, 2019.
LAMOSA, R. (Org.). Classe dominante e educação em tempos de pandemia: uma tragédia anunciada. Editora Terra Sem Amos, Parnaíba, 2020. Disponível em: https://liepe.amandy.com.br/assets/data/files/Classe_dominante_e_educacao_em_tempos_de_pandemia_uma_tragedia_anunciada4.pdf. Acesso em: 12 jul. 2022.
LAVAL, C. A escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público. São Paulo: Boitempo Editorial, 2019.
TUÃO, R. S. Estratégias do Banco Interamericano de Desenvolvimento para a Educação em tempos de Pandemia. In: LAMOSA, R. (org.). Classe dominante e educação em tempos de pandemia: uma tragédia anunciada. Editora Terra Sem Amos, Parnaíba, 2020.
LEHER, R. Um novo senhor da educação? A política educacional do Banco Mundial para a periferia do capitalismo. Outubro, v. 1, n. 3, p. 19-30, 1999.
MESZÁROS, I. A alienação e a crise da educação. In: A teoria da alienação em Marx. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006. pp. 263-282.
DA SILVA MOREIRA, J. A., MARTINELI, T. A. P., DA SILVA, R. V., & DE MOURA VASCONCELOS, C. Banco Mundial e as Recomendações Atuais para as Políticas Educacionais no Brasil. FINEDUCA-Revista de Financiamento da Educação, 10. v. 10, 2020.
DA SILVA, A. F. Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente e Estado Avaliador. In: DE SOUSA, L.J.; FRANÇA, M.; FARIAS, M.S.B. (Orgs.). Políticas de Gestão e Práticas Educativas: a qualidade do ensino. Brasília: Liber Livro, 2011.
SHIROMA, E. MORAES, M.C.M. e EVANGELISTA, O. Política Educacional. Rio de janeiro: Ed. Lamparina, 2007.
TOUSSAINT, E. A bolsa ou a vida: a dívida externa do Terceiro Mundo: as finanças contra os povos. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Poliana Garcia Temístocles Ferreira
