Resumo
Este artigo expõe a teoria da dissociação-valor, da filósofa alemã Roswitha Scholz, que se baseia na crítica marxista do valor para entender a inferioridade da mulher como intrínseca à consolidação da forma-mercadoria. A evolução do patriarcado produtor de
mercadorias se deu numa divisão de trabalho em que homens ficaram responsáveis pela esfera pública da produção social, enquanto mulheres pela esfera privada da reprodução, o que também representou uma divisão psicossocial e cultural-simbólica: aspectos relacionados à reprodução, os sentimentos, o “amor” e o cuidado, foram atribuídos às mulheres, como atividades inferiores, enquanto aspectos necessários
à realização do valor, como força física e mental, racionalidade instrumental, destinados aos homens como representantes de uma realização social superior. Este artigo expõe brevemente a análise histórica empreendida por Scholz, destacando ainda aspectos contemporâneos da dissociação, visando, ainda, demonstrar o quanto a análise da teoria crítica de Scholz é útil para a construção de uma militância feminista interseccional que não se distancie da crítica do capital como gerador e mantenedor de desigualdades.
Referências
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