Avaliação radiográfica e da função musculoesquelética de pacientes hemofílicos

Resumo

A Hemofilia é o distúrbio de coagulação sanguínea mais comum. A manifestação mais incapacitante da hemofilia é a hemartrose, uma vez que hemartroses de repetição podem evoluir para Artropatia Hemofílica Crônica (AHC) que, apresenta-se como artralgia, deformidade, limitação de movimentos e atrofia muscular, notadamente em cotovelos, joelhos e tornozelos. Nesse contexto, alguns sistemas de avaliação baseados em achados clínicos e radiográficos foram criados, como os escores Radiográfico de Pettersson, de Independência Funcional em Hemofílicos (FISH) e o de Saúde Articular em Hemofílicos (HJHS). Entretanto, existe uma dissociação clínico-radiológica descrita na literatura, ou seja, apesar de um quadro radiológico grave, o paciente pode manter uma amplitude de movimento e função articular. Nesse sentido, esse estudo foi feito com o intuito de avaliar a correlação entre as alterações radiológicas e a clínica de portadores de artropatia hemofílica crônica que fazem acompanhamento no Ambulatório de Hemofilia do Hemocentro da Unicamp. No total foram avaliados 103 pacientes. A análise estatística foi feita utilizando a correlação de postos de Spearman. Nos pacientes avaliados houve uma correlação excelente entre os valores totais dos escores por paciente e correlação entre boa e excelente quando as articulações foram avaliadas separadamente, esses dados diferem da literatura acerca do tema que descreve uma dissociação clínico-radiológica entre os pacientes com AHC.