Resumo
A hipertensão arterial (HA) é a principal causa de morte materna na América Latina e a medida correta da pressão arterial (PA) é essencial para sua detecção precoce na gestação. Assim, elevações da PA devem ser cuidadosamente avaliadas. Como o uso dos aparelhos oscilométricos (automáticos) é cada vez mais comum, são necessários estudos que avaliem o uso deste instrumento na gestação. Identificar a frequência de pré-hipertensão (PH) em gestantes pela ausculta e oscilometria, em função da largura do manguito. Trata-se de um estudo transversal, autorizado pelo Comitê de Ética da instituição (CAEE:66584617.3.0000.5404). A amostra contou com 108 gestantes de baixo risco (idade ? 18 anos, 10 a 30 semanas de gravidez) atendidas em Unidades Básicas de Saúde no interior de São Paulo. Consideraram-se como PH aquelas com PA?120/80. O manguito de largura correta (MLC) foi determinado pela fórmula circunferência braquial x 0,4 e o manguito padrão (MLP) era de 13 cm. As medidas da PA foram realizadas alternando um aparelho aneroide calibrado (padrão-ouro) e um dispositivo oscilométrico validado em gestantes. Para análise descritiva e inferencial foi usado o SPSS® 20.0. Dez gestantes foram classificadas como PH por algum método de medida. O método auscultatório com MLC identificou três gestantes por pressão sistólica (PAS) ?120 mmHg. O método auscultatório com MLP considerou como PH uma delas e o método oscilométrico duas. O método oscilométrico identificou quatro gestantes como PH por PAS ?120 mmHg, resultado confirmado em duas pelo método auscultatório com MLC. O método oscilométrico considerou cinco gestantes como PH por pressão diastólica (PAD) ?80 mmHg, resultado não obtido com o método auscultatório. Uma gestante apresentou PH tanto pela PAS quanto pela PAD (medida oscilométrica). O método oscilométrico classificou três vezes mais gestantes como PH em relação ao método auscultatório e também identificou a maior parte das gestantes do grupo 1 que apresentaram PA elevada. Nas situações de gerenciamento ou diagnóstico da HA na gestação, esta superestimação da PA pode levar a diagnósticos errôneos e tratamentos desnecessários. Porém, pode ser que esse método identifique precocemente as gestantes com risco de desenvolver HA.
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