Estudo epidemiológico e etiológico de pacientes de um centro de tratamento de queimados do interior paulista

Abstract

Queimadura é um grave trauma, com repercussões sociais, econômicas e de saúde pública, que tem seu tratamento custeado basicamente pelo poder público, e necessita de dados epidemiológicos para a correta gestão pública e para campanhas de prevenção. O objetivo desse estudo foi traçar o perfil epidemiológicos e etiológico dos pacientes internados em um centro de queimados de um hospital do interior paulista. Foram avaliados os dados obtidos a partir do registro de internações de pacientes no Centro de Tratamento de Queimaduras (CTQ) da Santa Casa de Limeira, interior de São Paulo, do período de agosto de 2017 a agosto de 2018, perfazendo um total de 91 pacientes, maiores de 18 anos, sendo este, portanto, um estudo descritivo observacional retrospectivo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Santa Casa de Limeira/SP sob o parecer 1.909.23. Observou-se maior predominância de indivíduos do sexo masculino (67,03%) sobre o sexo feminino (32,96%). Observamos maior concentração de queimados em indivíduos entre 29 e 39 anos de idade (27,47%). Em relação ao nível de escolaridade, foi observado que 4,39% eram analfabetos, 44,95% possuíam o ensino fundamental, 41,75% o ensino médio e 8,89% possuíam o ensino superior. No que diz respeito ao estado civil, 42,85% eram casados, 27,47% solteiros, 15,38% divorciados, 10,98% em união estável e 3,29% dos pacientes eram viúvos. Quanto a variável ocupação, 68% eram trabalhadores ativos, 10,98% estavam desempregados, 7,79% correspondiam aos aposentados, 10,98% do lar e apenas eram 2,19% estudantes. Enfim, no que diz respeito aos fatores etiológicos, percebemos maior concentração do caso de queimaduras ocasionadas por álcool (domiciliar e automotivo), perfazendo 36,26% dos casos, contra 23,07% das queimaduras ocasionadas por água fervente e/ou óleo fervente. Em terceiro lugar ficou queimadura por explosão com 13,73% dos casos. Seguem-se causas menos frequentes, como gasolina (7,69%), e ácido quente (5,49%). As demais causas perfazem os 13,73%, não apresentando isoladamente valores estatísticos relevantes. O estudo mostrou o quanto são necessários mais estudos específicos sobre o perfil do queimado e a importância da aplicação efetiva de programas de prevenção a queimaduras.