Resumo
Neste estudo, procuramos analisar criticamente as representações sobre o ciclo migratório vivido pelos trabalhadores rurais do Norte e Nordeste do país presentes no filme documentário Viramundo (1965), de Geraldo Sarno. Para realizar este objetivo, investigamos o modo como este filme aponta para o cotidiano e as formas de consciência dos trabalhadores rurais migrantes que viviam as experiências de chegada e partida da cidade de São Paulo no chamado “Trem do Norte” durante os anos 1960, sobretudo ao buscar as razões para o sucesso ou insucesso de sua inserção em atividades profissionais e, consequentemente, de sua iniciativa migratória. Destaca-se nesta oportunidade o modo pelo qual a narrativa do filme documentário, a partir de referências como o campo das Ciências sociais dos anos 1950 e 1960 e do próprio cinema nacional desta época, expressou ideias de modernidade e desenvolvimento econômico que conferiram predominantemente ao próprio trabalhador a responsabilidade sobre sua condição de pauperização no campo e na cidade, em que pesem as contradições sociais inerentes à expansão do modo de produção capitalista no campo no Brasil em meados dos anos 1950-60.
Referências
BERNADET, Jean Claude. Cineastas e imagens do povo. São Paulo: Brasiliense, 2009.
GARCIA JR, Afrânio. O sul: caminho do roçado. Brasília: Editora UnB, 1989.
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VIRAMUNDO. Direção: Geraldo Sarno. Produção: Thomaz Farkas. 1965.
XAVIER, Ismail. Cinema brasileiro moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
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