Palavras-chave
Meio ambiente
Conflitos ambientais
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Resumo
Um fenômeno ganha hoje espaço nos âmbitos midiático, acadêmico, político, jurídico, empresarial e das lutas de grupos subalternos: a emergência de confl itos em torno de grandes projetos extrativos, agropecuários, urbanísticos, de infraestrutura e entretenimento. O que teriam em comum tais iniciativas em princípio tão distintas? Quais atributos as uniriam de modo a integrar um projeto mais amplo de poder? Este artigo objetiva analisar o modus operandi e as características que aproximam tais obras, entre elas: ação central do Estado na garantia de sua execução; formação de "consórcios" entre governos e detentores de capitais articulados a partir de "projetos" que fixam regras de um jogo que não pode ser ganho por quem questiona sua realização; construção de sua imprescindibilidade a partir da ideia de "interesse público"; "gestão participativa" e "negociação de conflito" para obter "acordos amigáveis"; cooptação de lideranças locais com ameaças de perda de investimento e oportunidade de negócios; mobilização de esperanças em torno da promessa de "compensações"; atuação de "entidades-satélite" orbitando em torno de megaobras e ajudando sua conversão em fato consumado. Metodologicamente a análise parte da divisão em "níveis de apreensão" (macro, meso e microéticos) pelos quais se articulam justificações e ações de quem defende ou questiona tais projetos.
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