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O quilombo de Nossa Senhora do Carmo e os paradoxos da adequação no processo de reconhecimento de direitos
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Palavras-chave

Política do reconhecimento
Etnicidade
Comunidades negras

Como Citar

STUCCHI, Deborah; FERREIRA, Rebeca Campos. O quilombo de Nossa Senhora do Carmo e os paradoxos da adequação no processo de reconhecimento de direitos. RURIS (Campinas, Online), Campinas, SP, v. 8, n. 2, 2015. DOI: 10.53000/rr.v8i2.1989. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/ruris/article/view/16905. Acesso em: 3 maio. 2024.

Resumo

O Quilombo do Carmo, formado por descendentes de homens e mulheres escravizados pela Província Carmelitana Fluminense, autodesignados filhos de Nossa Senhora do Carmo, é lugar privilegiado para compreender processos de constituição de novos sujeitos de direito, com base no artigo 68 do ADCT/CF-1988. Em que pese a ancestralidade escrava desse grupo, o aspecto mais vivo de sua identidade é a devoção pela Santa, e no processo de luta por reconhecimento, a apropriação do passado escravo ressurge como uma das fontes de emanação do direito. A emergência da condição quilombola é acompanhada por exigências formais que tendem a minimizar suas singularidades, mas a dinâmica identitária permite que os reordenamentos realizados explicitem peculiaridades relativas à regulamentação jurídica da identidade.

https://doi.org/10.53000/rr.v8i2.1989
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