Resumo
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma leitura etnográfica dos procedimentos e posicionamentos institucionais divergentes relativos à sobreposição territorial parcial do Território Quilombola de São Roque e dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral. A partir de uma caracterização histórica da territorialidade da Comunidade São Roque – que tem sua origem vinculada à economia escravagista desenvolvida entre os Campos de Cima da Serra e a planície costeira, na região limítrofe entre os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul – e dos impactos decorrentes da implementação dos parques nacionais na vida dos quilombolas, pretende-se descrever as instâncias de negociação, bem como as principais linhas de argumentação e discordância inerentes à atuação dos agentes institucionais envolvidos.Referências
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