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Acampamentos Kaiowá
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Palavras-chave

Acampamentos indígenas
Demandas sociais
Território
Sociabilidade

Como Citar

CORRADO, Elis Fernanda. Acampamentos Kaiowá: variações da "forma acampamento". RURIS (Campinas, Online), Campinas, SP, v. 7, n. 1, 2014. DOI: 10.53000/rr.v7i1.1649. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/ruris/article/view/16876. Acesso em: 2 maio. 2024.

Resumo

Desde os anos 1990, as ocupações de terra e a montagem de acampamentos conhecidos como “de lona preta” se tornaram uma das formas de demandar desapropriação e distribuição de terra ao Estado brasileiro. Nos últimos 30 anos, essa forma de reivindicação foi associada a trabalhadores rurais sem-terra. No entanto, são cada vez mais comuns notícias sobre ocupações e acampamentos indígenas realizados por diferentes etnias, como por exemplo, os Terena, os Pataxó no sul da Bahia, os Kaingang no sul do Brasil, e os Guarani Ñhandeva no sul do estado de São Paulo, com a finalidade de demandar novas demarcações de terras. Os indígenas Kaiowá, da região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, também têm se utilizado dessa linguagem de demanda para reivindicar terras consideradas por eles como tekoha, isto é, como seus territórios ou espaços de vida tradicionais. O objetivo deste artigo é mostrar as características e a organização social de dois acampamentos Kaiowá, refletindo que a novidade não está nas ocupações ou retomadas de terras – pois como revelou a pesquisa, acontecem desde a criação das reservas indígenas na região –, mas, na utilização da “forma acampamento” como linguagem comum de demandas sociais coletivas.

https://doi.org/10.53000/rr.v7i1.1649
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