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Negros do Guaporé
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Palavras-chave

Quilombolas
conflito territorial
rio Guaporé
Amazônia

Como Citar

JUNIOR, Emmanuel de Almeida Farias. Negros do Guaporé : o sistema escravista e as territorialidades específicas. RURIS (Campinas, Online), Campinas, SP, v. 5, n. 2, 2013. DOI: 10.53000/rr.v5i2.1467. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/ruris/article/view/16854. Acesso em: 28 abr. 2024.

Resumo

Os territórios negros do Guaporé são constituídos a partir de distintos processos de territorialização. Tais processos remetem à denominada “situação colonial” e à ação “bandeirante” nos confins do sertão, na busca de riquezas. Rebeldias, fugas, doenças e esgotamento das lavras de ouro constituem condições para a formação de quilombos no Guaporé. Os quilombos foram duramente perseguidos pelo governo provincial de Mato Grosso, com o esgotamento das lavras e as doenças, os senhores de escravos fugiram do Guaporé, abandonando a escravaria à própria sorte. Livres, os fugitivos e os não fugitivos passaram a povoar o vale do Guaporé e a constituir unidades familiares autônomas. Com o advento das novas frentes de expansão, os territórios passaram a ser novamente ameaçados: primeiro os seringalistas, depois os pecuaristas e o próprio Estado. É nesse contexto que se insere o povoado quilombola do Forte Príncipe da Beira.

https://doi.org/10.53000/rr.v5i2.1467
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