Acesso à saúde pelas travestis no Brasil
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Palavras-chave

Travestismo
Pessoas transgênero
Saúde dasvminorias.

Como Citar

1.
Tosti NFS, Marques D. Acesso à saúde pelas travestis no Brasil. CCFEU [Internet]. 28º de novembro de 2018 [citado 19º de abril de 2024];(1). Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/eventos/index.php/ccfenf/article/view/55

Resumo

O homem é constituído a partir dos significados que atribui ou lhe são atribuídos. A travesti, figura ambivalente, confronta o binarismo de gênero de modo a adequar o corpo com a construção de sua identidade pessoal, flertando com o sem-sentido, de forma a ser posta a margem da sociedade binária. Questiona-se, então, como a marginalização da construção corporal da travesti influenciaria no acesso dessa população à saúde. Identificar a construção da corporeidade travesti e o acesso dessa população aos serviços públicos de saúde na literatura científica nacional. Trata-se de uma revisão integrativa. A coleta de dados foi realizada através do portal de pesquisa em saúde BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), utilizando os descritores: travestismo, pessoas transgênero e saúde das minorias. Como critério de inclusão consideraram-se apenas artigos publicados entre os anos de 2010 e 2017, disponíveis na íntegra online e que abordavam como sujeitos de pesquisa: trabalhadores da saúde ou travestis. A análise do material baseou-se na Análise de Conteúdo, modalidade Análise Temática. Foram analisados 14 artigos, cujos resultados delinearam três categorias: Corpo Travesti - aborda questões sobre a construção e o reconhecimento dos corpos, a aquisição de uma nova identidade através de intervenções permanentes, tendo a dor como um eixo transversal; Acesso aos serviços de saúde - evidenciando que as Unidades Básicas de Saúde não constituem porta de entrada na assistência e que os profissionais se encontram desarmados para atender a construção travesti; e Rede de Apoio - forma de reestruturação da rede a fim da busca pela integralidade no cuidado, da visão do usuário como ser integral, focando-se em práticas de prevenção de agravos e proteção à saúde dessa população. A dualidade do corpo travesti, lida pela sociedade como inadequada, é fator determinante para a exclusão, compreendida pelas travestis como algo imutável, afastando-as da luta pelos seus direitos. A constituição de uma rede de apoio, o fortalecimento de políticas públicas, a participação social e a ocupação de espaços, nos quais são desvalorizadas, são caminhos para promover o acesso às demandas específicas das travestis.

https://doi.org/10.20396/ccfenf1201855
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Referências

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