Resumo
Introdução: Os profissionais de enfermagem atuantes nas unidades oncológicas podem ter uma maior sobrecarga de trabalho principalmente pela abrangência dos cuidados clínicos e psicossociais à esta população, tratamentos oncológicos agressivos e maior complexidade de cuidados. Objetivo: analisar a carga de trabalho da equipe de enfermagem nas unidades de internação oncológicas de um hospital da mulher, aplicando o Nursing Activities Score (NAS) adaptado para pacientes oncológicos. Método: estudo analítico, longitudinal, quantitativo, realizado nas unidades de internação oncológica clínica e cirúrgica, utilizando o instrumento NAS adaptado para pacientes oncológicos. Participaram 231 mulheres com câncer ginecológico e/ou mamário, com idade maior ou igual a 18 anos e pelo menos 24 horas de internação. Obteve-se a carga de trabalho pela somatória dos pontos NAS de cada participante e pontuação média diária durante a coleta. Aprovado pelo Comitê de Ética, sob CAAE: 49160821.3.0000.5404, parecer n°4.910.826. Resultados: a pontuação média NAS foi de 29,26%, o que equivale a uma média de 7,02 horas de cuidados de enfermagem nas 24 horas para cada mulher. Os itens com maior pontuação média foram: monitorização e controles; procedimentos de higiene; tarefas administrativas e gerenciais; e medicação. Mulheres com câncer ginecológico, em tratamento clínico, que tinham metástase e que tiveram mais do que uma internação durante coleta, apresentaram maiores pontuações do NAS. A duração da internação e o escore de desempenho de Karnofsky também apresentaram relação com a pontuação média NAS. Conclusão: Evidenciou uma média de 7,02 horas de cuidados de enfermagem, o que se encaixa na complexidade de pacientes em cuidados de alta dependência (até 10 horas de cuidados). Ao identificar a carga de trabalho e seus fatores associados, é possível aplicar estratégias gerenciais e assistenciais para garantir um ambiente de trabalho favorável e melhor qualidade da assistência à mulher.
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