Resumo
A depressão, transtorno mental bastante frequente, tem ganhado destaque no contexto da saúde da população mundial, sobretudo em idosos. Essa enfermidade interfere em aspectos importantes do envelhecimento, reduzindo a autonomia do indivíduo, seu bem-estar e qualidade de vida. A variedade sociocultural e econômica entre países acarreta em diferentes níveis e características de depressão pelo mundo. Comparar os níveis de depressão entre idosos brasileiros e portugueses. Estudo descritivo, transversal e comparativo, com abordagem quantitativa, realizado no Brasil, (municípios de Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte) e em Portugal, na cidade de Évora, entre dezembro de 2017 e março de 2018. A amostra foi composta por idosos cadastrados em serviços de Atenção Primária à Saúde de sua região de moradia. Através da coleta de dados, realizada nas residências dos idosos, por enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas, foram levantados os dados sociodemográficos e sobre aspectos relacionados à depressão. Para tanto, foram aplicados o questionário sociodemográfico e o Inventário de Beck. Antes do aceite em participar da pesquisa, cada idoso assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, referente ao projeto que obteve prévia aprovação através do Certificado de Apresentação para Apreciação Ética, de nº 21996313.7.0000.5537. A amostra total foi de 160 idosos, sendo 68,7% brasileiros. O sexo feminino se apresentou predominante em ambos os países, somando 75% da amostra. A análise da depressão apontou que 58,8% do total da amostra não apresentavam depressão, com o restante classificado entre depressão leve (28,1%), moderada (8,8) e grave (4,4%). Comparativamente o Brasil apresentou níveis mais altos de depressão: ausente (58,2%), leve (30%), moderada (5,5%) e grave (6,4%), entre os 110 avaliados. Em Portugal, dos 50 idosos, apresentaram-se com ausência de depressão (60%), depressão leve (24%), moderada (28%) e nenhum com depressão grave. Verifica-se que o presente resultado coloca os idosos portugueses em um perfil menos preocupante quanto aos níveis de depressão. Apesar dos países apresentarem culturas diferentes, salienta-se que as políticas de saúde brasileiras podem ser construídas à luz de modelos de outros continentes.
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