Mapplethorpe e a tradição clássica

Resumo

A exposição apresentada neste verão pelo Guggenheim de Nova York oferece ao espectador uma grande oportunidade de conhecer vários aspectos da obra do fotógrafo sem que as interpretações mais freqüentes de seu trabalho ocultem as suas demais preocupações formais. O homossexualismo e o perfeccionismo transparecem, mesmo que esse seja o primeiro contato com a produção de Robert Mapplethorpe, mas aqui não dominam o discurso sobre o artista. Produzida em conjunto pelos museus Guggenheim  (curadoria de Germano Celant, curador de Arte Contemporânea) e State Hemitage Museum de São Petersburgo (curadoria de Arkady Ippolitov, curador de Artes Gráficas Italianas), a exibição traz Mapplethorpe com todo o seu rigor artístico. O diálogo com as gravuras maneiristas do século XVI e com esculturas proporciona não apenas a determinação das diferenças entre a natureza de cada meio de criação, mas também possibilita a relativização das obras em si, na forma de um enriquecimento simultâneo. O método de comparação entre as artes tem sido usado há séculos para evidenciar diferenças, e essa exposição utiliza-se desse recurso.