Resumo
Devido à alta transmissibilidade da caxumba, surtos da doença continuam ocorrendo. Acredita-se que esses surtos ocorram por adaptação do vírus, coberturas vacinais heterogêneas e falhas vacinais. A taxa estimada de ataque do vírus em não vacinados é 10 vezes maior do que nos vacinados com duas doses. A introdução de duas doses da vacina no Brasil ocorreu a partir de 2004, portanto, muitos jovens têm apenas uma dose da vacina, o que aumenta o número de suscetíveis. Descrever as características clínicas e epidemiológicas dos casos de caxumba ocorridos na UNICAMP durante os anos de 2015 e 2016 e sugerir estratégias para prevenção de novos surtos. O estudo foi realizado utilizando dados de notificação de caxumba no período de agosto/2015 a junho/2016 obtidos no CECOM. Foram notificados 90 casos de caxumba. Sexo feminino 54,5% dos casos; 80% dos infectados eram alunos, a faixa etária dos 16 aos 25 anos concentrou 71% dos casos. A situação vacinal prévia foi avaliada em 45 casos: 5 não receberam a vacina, 23 tinham 1 dose, e 17 tinham duas doses. Em locais onde ocorre o convívio de pessoas sem contato prévio com o vírus da caxumba e com baixa cobertura vacinal, há riscos de surtos. O CECOM preconiza que alunos de cursos da área da saúde atualizem a carteira vacinal quando no ingresso, o que se mostrou de grande valia durante esse surto, pois ocorreram apenas 3 casos da doença entre esses estudantes. Essa conduta será estendida a todos os alunos da UNICAMP.
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