Resumo
A polpa de açaí é um rico suplemento alimentar muito importante para a região Norte do país. Desde 2005, o Ministério da Saúde tem notificado a ocorrência de microepidemias de Doença de Chagas Aguda, relacionando-as com a ingestão de polpa de açaí contaminada com o T. cruzi. Para avaliar a hipótese do congelamento destruindo o parasito, alíquotas de polpa in natura oriundas do Pará foram misturadas (1:3) com formas tripomastigotas (1x105 ) e em seguida congeladas a -20ºC por 26 horas. Após este período, as misturas foram descongeladas, tamisadas em lã de nylon e o eluato obtido foi inoculado (IP) em camundongos imunodeficientes CB-17-Prkdcscid/PasUnib, com 8 a 12 semanas de idade, tratados previamente com Cefalexina 1,75 mg/animal/dia administrado por via IP (dia - 2), por gavagem (dia -1) e na água do bebedouro (início no dia e por 7 dias). Foram inoculados volumes de 100 µL por animal nos seguintes grupos: controle negativo com salina (3 animais), controle positivo com plasma infectado (3 animais) e grupo teste - eluato da mistura (3 animais). A parasitemia foi acompanhada por 40 dias empregando-se o método de Brener e a mortalidade foi registrada. Não houve morte no controle negativo. No grupo controle positivo e grupo teste, o dia médio da mortalidade foi respectivamente, 15º±3,0 e 18º±2,0. Estes resultados demonstraram que o congelamento da polpa contaminada no período testado não interferiu na virulência do parasito, fato de extrema importância epidemiológica que descarta o congelamento como método profilático.Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2016 Rodrigo Labello Barbosa
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