Resumo
Transfusão de hemocomponentes é um meio eficaz de corrigir temporariamente a deficiência de hemácias, plaquetas ou de fatores de coagulação. O presente trabalho visou identificar as principais reações transfusionais imediatas, notificadas pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia de Campinas no período de Janeiro de 2009 a Dezembro de 2010, que acompanhou o total de 63498 procedimentos. Dentre 436 fichas de notificação de reação transfusional, foram incluídas somente 417 cujos dados estavam completos. Para a avaliação da influência do gênero (46% homens) e do tipo de hemocomponente na incidência de reação transfusional, foi utilizado o teste do Qui-quadrado com correção de Yates (P<0,05). Os hemocomponentes que mais provocaram reações transfusionais foram: concentrado de hemácias (79,6%), concentrado de plaquetas (17,5%) e plasma fresco congelado (4,1%). A frequência de reação ao concentrado de hemácias foi maior entre as mulheres (p=0,0029) e a reação ao concentrado de plaquetas foi maior entre os homens (p=0,0238). A reação febril não hemolítica foi o tipo de reação transfusional mais observado (64,0%), seguido da reação alérgica urticariforme (28,3%), reação anafilactóide (5,3%) e sobrecarga volêmica (2,2%). Reação hemolítica aguda foi identificada em apenas um caso, dentre 332 eventos envolvendo concentrados de hemácias, resultante de uma incompatibilidade ABO. O levantamento sugere que, a maioria das reações transfusionais relatadas é devida a fatores relacionados ao próprio paciente. Todavia, a ocorrência de um caso de reação hemolítica aguda, demonstra que o controle de qualidade e o contínuo treinamento das equipes de enfermagem e laboratório devem ser uma constante.
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Copyright (c) 2016 Sofia Rocha Lieber
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