Resumo
O risco de transmissão de HIV ao PAS após exposição percutânea é de 0,3% e após exposição de mucosa é de 0,09%. A utilização de terapia antirretroviral (TARV) é eficaz no tratamento da AIDS, mas não existem evidências definitivas quanto ao seu uso em esquemas de quimioprofilaxia, particularmente na pós-exposição ocupacional. O objetivo deste trabalho é avaliar o impacto (indicação, adesão, efeitos adversos e eficácia) do uso da TARV em PAS pós-exposição a sangue e fluidos corporais de pacientes infectados pelo HIV. Estudo retrospectivo de acidentes entre PAS, de janeiro de 2009 a março de 2013 com casos fonte infectados pelo HIV. Foram avaliadas 100 ocorrências. No Hospital de Clinicas ocorreram 78 acidentes e no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher 17 acidentes. O local com maior número de ocorrências foi à unidade de Moléstias Infecciosas (22%), seguida por Centro Cirúrgico (11%), UER (10%) e Centro Obstétrico (9%). Trinta e um dos PAS eram técnicos de Enfermagem, 29 eram residentes de Medicina, 11 Enfermeiros e 8 estudantes de Medicina. Em 64% a exposição foi percutânea. Em 79,2% das ocorrências foi introduzido a TARV. Em 53,9% das indicações foi introduzido Biovir e Kaletra e em 25% Biovir e Tenofovir. A adesão ao esquema ocorreu em 70,8% dos casos e em 87,5% houve relato de intolerância. As mais frequentes foram náusea, vômito e diarreia. Sessenta e três PAS (64,3%) completaram o seguimento até 180 dias não havendo soroconversão para HIV.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2016 Meire Celeste Cardoso Del Monte, Ana Raquel Rodrigues Pereira, Elaine Cristina Oliveira Paixão, Eliane Oliveira Morais, Flavia Malvezzi Estrada, Gisleine Leila Martins Tengler Ribeiro, Inajara de Cássia Guerreiro, Marcia Teixeira Garcia, Maria Helena Postal Pavan, Rose Clélia Grion Trevisane