Importância da comunicação eficaz na divulgação de pesquisas e recrutamento de voluntários: a experiência do CEPID BRAINN

Resumo

Introdução/Objetivo: A participação de voluntários sadios e não sadios é vital para o desenvolvimento das pesquisas na área da saúde. Tais voluntários deslocam-se até a Unicamp por conta própria, com o intuito de entender as sequelas e limitações que tal doença lhes causou ou apenas para contribuir com a ciência. É essencial que a comunicação para os potenciais interessados seja feita em linguagem simples e de fácil compreensão. As regras e critérios de inclusão/exclusão devem ser claramente detalhados em todos os meios de divulgação para que a informação seja transmitida de forma correta e completa. Com a popularização das redes sociais, a transmissão pode ocorrer muito rapidamente, sendo imprescindível que os anúncios sejam feitos com precisão a fim de evitar transtornos aos voluntários e aos pesquisadores. Metodologia: O CEPID BRAINN - Instituto Brasileiro de Neurociências e Neurotecnologia desenvolve diversas pesquisas com recrutamento de voluntários: NeuroCOVID, Memória/Alzheimer e Realidade Virtual na reabilitação em pacientes com AVC, entre outras. Para deixar as informações padronizadas e acessíveis a todos, foram criadas páginas especificas para cada pesquisa no site www.brainn.org.br. As informações constantes dessas páginas foram utilizadas como base para divulgação nas demais mídias sociais. Os textos foram criados procurando seguir os princípios do texto jornalístico: Quem ? O quê ? Por quê? Onde? Quando? Como? . Para facilitar a leitura, também foram utilizadas imagens explicativas , bem como um roteiro de cada etapa do processo e o contato de um responsável para sanar eventuais dúvidas. Resultados: Um dos sérios problemas enfrentados pelo BRAINN e que gerou ruídos e reclamações por parte dos voluntários interessados foi a divulgação de informações incompletas pela imprensa/mídia. Pesquisas foram divulgadas sem informações importantes, conforme exemplo: um meio de comunicação divulgou sobre o assunto sem um dado essencial, de que para participar o interessado deveria preencher um formulário e aguardar contato do recrutador. Esse meio de comunicação, talvez devido à limitação de espaço, cortou informações e da forma como foi finalizada a reportagem, o entendimento foi de que caso a pessoa tivesse interesse, era só ir até a Unicamp. Isso gerou aglomeração e insatisfação por parte dos interessados que vieram até a Unicamp na esperança de serem atendidos. Para solucionar este problema, além de reforçar a comunicação, foi elaborada uma divulgação padrão para uso geral tanto dos pesquisadores quanto dos recrutadores e também um roteiro resumido de como funciona cada pesquisa, de cada etapa do processo. Também foram criadas peças para divulgação utilizando imagens explicativas e reforçando a importância de checar as informações no site oficial da pesquisa. Dessa forma, os ruídos de comunicação diminuíram drasticamente, bem como as reclamações de atendimento ineficiente. Conclusão: Antes mesmo da pandemia COVID-19, o interesse em participar de pesquisas com o intuito de melhora na qualidade de vida já existia. Pós-pandemia, esse interesse aumentou muito: pessoas procurando meios para cura de sequelas causadas pela COVID-19, AVC ou melhora na qualidade de vida para portadores de doença de Alzheimer, entre outras. Além das sequelas físicas e emocionais, muitos não tiveram mais condições de pagar convênios médicos. Propiciar acolhimento e evitar ainda mais desgastes a essas pessoas é essencial tanto para o bem-estar delas quanto para a boa imagem do serviço público.