Resumo
Introdução/Objetivo: Dentre as várias ações que devem ser promovidas para a inclusão de estudante cego no ensino superior está a orientação e mobilidade. Embora o estudante já tivesse passado por treinamento de uso da bengala, em ambiente desconhecido deve ser realizada a prática de conhecer e reconhecer os lugares, principalmente na universidade por onde o estudante se direcionará no ir e vir. Em 2016, acompanhei por iniciativa minha, com concordância do professor de orientação e mobilidade, alguns atendimentos dele a um aluno cego do curso de Fono. Foram 4 meses de trabalho e que não teve tempo de apresentar todos os lugares. Posteriormente, eu desenvolvi essa atividade de orientação e mobilidade com o estudante cego. O objetivo deste trabalho é compartilhar conhecimentos sobre a inclusão no ensino superior. Metodologia: O estudante foi acompanhado durante os trajetos na universidade sendo orientado em sua mobilidade. Foram realizadas idas e vindas quantas vezes foram necessárias. Para o trajeto ao ponto de ônibus foi prudente acompanhar também de longe, com a anuência do estudante, para ter a segurança tanto dele quanto a minha de que estava fazendo o caminho correto. Durante todo o caminhar foi realizada a audiodescrição de todo o trajeto. Requisito importantíssimo para a pessoa cega. Resultados: O estudante se tornou autônomo no ir e vir dentro da universidade, isso é crucial para independência da pessoa cega. Minha iniciativa permitiu que a universidade atendesse a demanda do estudante a qualquer momento, tornando-se mais inclusiva. Foram realizadas as demandas do estudante, como exemplo, trajeto ao ponto de ônibus, refeitórios e auditórios que frequentou, bem como no evento da Fonoaudiologia denominado SEMAFON, nos anos de 2016 e 2017. Todos esses lugares que acompanhei o estudante foram na FCM, arredores da área da saúde e refeitório do Ciclo Básico. Atender essa demanda do estudante cego, proporcionou à mim um conhecimento na prática da orientação e mobilidade. As especificidades de minha área de atuação na Educação Especial, no caso da deficiência visual, sendo o braille, a tecnologia assistiva, a audiodescrição e as adaptações de materiais e desenhos contribuíram para uma universidade inclusiva. Conclusão: O estudante foi plenamente atendido em sua demanda e a universidade cumpriu com a inclusão em todas as necessidades dele. Algumas demandas, atendidas por mim, foram necessárias um atendimento multidisciplinar, como no caso de adaptações (braille) de tabelas específicas da área do curso de Fonoaudiologia, e da orientação e mobilidade, onde pude acompanhar o professor que veio fazer o treinamento. Este ocorreu em vários pontos da universidade em que o estudante faria trajetos, como IEL, Biologia, FCM, pontos de ônibus etc.
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Copyright (c) 2023 Fatima Aparecida Goncalves Mendes