Resumo
Introdução/Objetivo: Introdução/Objetivo:
Os benefícios diretos e indiretos da mobilização precoce para os pacientes críticos incluem desde recuperação de funcionalidade, redução dos comprometimentos do imobilismo no leito até a redução de custos com o menor tempo de internação. Descrever as etapas de desenvolvimento do projeto de mobilização precoce “ Mobilize sua UTI” elaborado pela equipe multidisciplinar nas unidades de terapia intensiva de adultos do Hospital de Clínicas da Unicamp. Além disso, avaliar o modelo de capacitação, de ensino e de aprendizagem sobre a mobilização do paciente crítico de UTI como processo de educação continuada para a equipe multidisciplinar. Metodologia: O desenvolvimento do projeto se dividiu em 5 fases: planejamento de datas, horários e parcerias; definição de funções e elaboração dos questionários; elaboração de material de divulgação e de treinamento; organização e envio de material na semana; avaliação do aprendizado e capacitação contínua. A frase chave utilizada durante o evento foi: avalie, planeje e mobilize. O processo de aprendizagem foi baseado em questionários, vídeos informativos, dinâmica e aula presenciais. Na semana do evento foram realizados 4 dias de treinamento dentro do ambiente de UTI, desativada para reforma, nos períodos manhã, tarde e noite, com duração média de 20 minutos cada, sendo 4 turmas de 20 colaboradores por período. Todos os participantes receberam adesivos com logotipo do evento: Mobilize sua UTI. Resultados: No período de 08 a 11/03/21 foram realizadas 24 oficinas de treinamento, nos três turnos, para 297 colaboradores: 73 fisioterapeutas, 58 enfermeiros, 151 técnicos de enfermagem e 15 médicos. Houve a divulgação de quatro vídeos educativos: demonstração da utilização do guincho de transferência; indicações e contra-indicações da mobilização precoce; sobre os benefícios e barreiras para a mobilização precoce. Foram recebidas 180 respostas: 47,2% técnicos de enfermagem, 22,2% fisioterapeutas, 20,6% enfermeiros e 10% médicos. As contraindicações apontadas estavam relacionadas ao uso de sedação, drogas vasoativas e ventilação mecânica (80%). Com relação à responsabilidade da mobilização precoce, 93% das respostas apontaram para todos os profissionais. Foram distribuídas 100 camisetas, 24 brindes e adesivos a todos os participantes. Em relação ao questionário de satisfação foram recebidas 33 respostas, 51% fisioterapeutas, 27,3% técnicos de enfermagem e 21,2% enfermeiros, das quais 84,8% apontaram muito satisfeito com o evento. Com relação aos indicadores de qualidade assistencial de estomaterapia foi observada redução no número de lesões por pressão no mês avaliado após o evento, com redução de 38%. Conclusão: Este projeto atendeu expectativas imediatas alterando positivamente indicadores de qualidade da unidade. Foi inovador, pois houve adesão de profissionais médicos, docentes, fisioterapeutas e de enfermagem da UTI em um só evento de ensino-aprendizagem. Este modelo de treinamento e capacitação multidisciplinar na UTI obteve não somente a adesão da equipe de médicos assistenciais, fisioterapeutas, equipe de enfermagem e alunos da pós-graduação de fisioterapia, alunos de graduação em enfermagem da UNICAMP, bem como contou com a participação ativa da alta gestão do Hospital de Clínicas da Unicamp.
Referências
AQUIM, E. E. et al. Diretrizes Brasileiras de Mobilização Precoce em Unidade de Terapia Intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2019; v. 31, n 4, p.434-443.
HODGSON C.L. et al. Expert consensus and recommendations on safety criteria for active mobilization of mechanically ventilated critically ill adults. Crit Care. 2014; v.18, n.6, p.658-667.
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