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Análise de consistência dos suplementos nutricionais padronizados na área de dietas enterais na Divisão de Nutrição e Dietética do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp para utilização em pacientes com disfagia
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Palavras-chave

IDDSI
Disfagia
Deglutição
Suplemento

Como Citar

GIORDANO, Luciane Cristina Rosim Sundfeld; IDE, Heidi Wanessa; ALMEIDA, Fernanda Chaparro de. Análise de consistência dos suplementos nutricionais padronizados na área de dietas enterais na Divisão de Nutrição e Dietética do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp para utilização em pacientes com disfagia. Sínteses: Revista Eletrônica do SimTec, Campinas, SP, n. 8.Eixo 2, p. e02200761, 2023. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/simtec/article/view/18094. Acesso em: 9 maio. 2024.

Resumo

Introdução: A deglutição possui grande importância na saúde do ser humano e a sua disfunção pode ocasionar a disfagia, definida como a dificuldade do transporte de alimentos da boca para o estômago. A disfagia pode levar à desnutrição e à desidratação, prejudicando as internações hospitalares, visto que pode ocorrer a broncoaspiração, ocasionando em aumento do tempo de internação, risco de mortalidade e baixa qualidade de vida do paciente. Objetivo: Este trabalho analisou a consistência dos suplementos nutricionais, através dos níveis do IDDSI (Iniciativa Internacional de Padronização de Dietas para Disfagia), a fim de implementar o uso aos pacientes disfágicos, para aumentar: hidratação, aporte calórico-protéico, além de facilitar o desmame da Terapia Nutricional Enteral (TNE) ou evitar o seu uso. Metodologia: Usamos suplementos com densidade calórica 1,0 e 1,5kcal/mL. Foi utilizado o teste de fluxo e classificação descritos no IDDSI³, o qual classifica os líquidos de acordo com os níveis de 0-7, sendo que trabalhamos apenas de 0-4. Nível 0- líquido <1mL restante na seringa (classificado como líquido fino após 10 segundos de fluxo); Nível 1- líquidos com 1-4mL restantes na seringa (classificado como líquido muito levemente espessado); Nível 2- líquidos com 4-8mL restantes na seringa (classificado como levemente espessado); Nível 3- líquidos com 8-10mL restantes na seringa (classificado como liquidificado moderadamente espessado); Nível 4- Foi utilizado o teste de deslizamento da colher, sobrando uma película fina ou nenhum resíduo nesse utensílio (classificado como pastoso extremamente espesso). Resultados: Os suplementos das marcas Fresenius® e Danone®, com 1,5kcal/mL, inicialmente possuem nível 1 como consistência (líquidos com 1 a 4mL restantes na seringa após os 10 segundos de fluxo). Ao utilizar 1 medida de espessante Espefor®, os suplementos atingiram o nível 3 e consistência Mel (líquidos com 8 a 10mL restantes na seringa). Ao utilizar 1,5 medida, os suplementos atingiram o nível 4 e consistência Pudim. Ao utilizar 2 medidas, o suplemento formou grumos, não sendo possível o uso para pacientes disfágicos. Já o suplemento enteral sem fibras da marca Fresenius®, 1,0kcal/mL, tinha como consistência inicial o nível 0; na sequência, atingiu o nível 2 e consistência Néctar com 1 medida de espessante; nível 3 e consistência Mel com 1,5 medidas de espessante; e nível 4 e consistência Pudim com 2 medidas de espessante. De acordo com os testes realizados, observa-se que mesmo com as medidas iguais do espessante, os níveis de consistências dos líquidos espessados podem variar conforme a densidade calórica. Com isso, a partir destes dados, elaboramos o Manual de Líquidos Espessados para Copeiros Hospitalares, o qual contém o tipo do produto, modo de preparo, consistência, nível esperado, valor nutricional do líquido e a foto da consistência a ser atingida. Conclusão: A partir do presente trabalho, foi possível identificar diferentes consistências dos suplementos nutricionais, a fim de beneficiar os pacientes disfágicos com o aumento da hidratação, aporte calórico-protéico e facilitar o desmame da Terapia Nutricional Enteral (TNE) via sonda ou evitar o seu uso. Como ferramenta de trabalho, elaboramos o Manual de Líquidos Espessados para Copeiros Hospitalares, o qual contém o tipo do produto, modo de preparo, consistência, nível esperado, valor nutricional do líquido e a foto da consistência a ser atingida.

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Referências

ALTMAN, K., YU, G., SCHAEFER, S. Consequence of Dysphagia in the Hospitalized Patient:impact on prognosis and hospital resources. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. Aug;136(8):784-9, 2010. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamaotolaryngology/fullarticle/496626.

CICHERO, J.A.Y. et al. The Need for International Terminology and Definitions for Texture-Modified Foods and Thickened Liquids Used in Dysphagia Management: Foundations of a Global Initiative. Curr Phys Med Rehabil Rep 1, 280-291, 2013. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3873065/.

INTERNATIONAL DYSPHAGIA DIET STANDARDISATION INITIATIVE (IDDSI). Portuguese final version post review IDDSI. 2016. Disponível em: https://iddsi.org/IDDSI/media/images/Translations/IDDSI_Testing_Methods_V1_PORTUGUESE_BRAZIL_FINAL_June2018.pdf.

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