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Dano microestrutural associado à idade de início da doença e ao comprometimento cognitivo no lúpus eritematoso sistêmico juvenil
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Palavras-chave

Lupus Eritematoso Sistêmico
Ressonância magnética
Corpo caloso
Déficit cognitivo
Manifestações neuropsiquiátricas

Como Citar

JÚLIO, Paulo Rogério; APPENZELLER, Simone; CAPELO, Carla Helena. Dano microestrutural associado à idade de início da doença e ao comprometimento cognitivo no lúpus eritematoso sistêmico juvenil. Sínteses: Revista Eletrônica do SimTec, Campinas, SP, n. 8.Eixo 2, p. e0220900, 2023. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/simtec/article/view/18055. Acesso em: 9 maio. 2024.

Resumo

Introdução/Objetivo: As manifestações neuropsiquiátricas (MNP) no lúpus eritematoso sistêmico (LES) de início na infância/adolescência têm se mostrado mais grave e severo do que no LES de início na idade adulta. No entanto, a presença de anormalidades estruturais observadas na ressonância magnética (RM) não pode explicar apenas esses achados. Alterações microestruturais usando imagens por tensor de difusão (DTI) são utilizadas para avaliar a microestrutura da substância branca. A duração da doença, o uso de corticoides e as MNP foram identificados como fatores de risco para atrofia do corpo caloso (CC). O objetivo deste estudo foi comparar o volume do CC e o uso DTI no lúpus eritematoso sistêmico de acordo com a idade de início da doença. Metodologia: Selecionamos 75 pacientes com LESj, e dois grupos de controle: 1. Pareados pela duração da doença, consistindo de 51 pacientes com LESa e 2. Selecionados 77 controles saudáveis (CS). Uma avaliação clínica, laboratorial e neurológica completa foi realizada em todos os indivíduos. O déficit cognitivo foi rastreado com Montreal Cognitive Assessment (MoCA), os transtornos de humor e ansiedade foram determinados por meio do Inventário de Beck. Os pacientes com LES foram ainda avaliados quanto à atividade da doença, índice de dano e as medicações em uso. Todos os indivíduos foram submetidos ao exame de RM, obtendo Imagens sagitais ponderadas em T1 e de DTI. Utilizamos a média e o desvio padrão, e valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes (CAAE 72889717.8.0000.5404). Resultados: Observamos volume do CC semelhante no LESj [média=6.410,19mm3 (DP 2.026,85)] quando comparado ao LESa [média= 6.658,61mm3 (DP=2.121,50)]; p=0,465] e CS [média=7216,40mm3 (DP=1991,61)]; p=0,175]. Quando o CC foi dividido em regiões, observamos volumes significativamente menores na região médio-anterior, na porção central, na porção médio-posterior (p˂0,001) no LESj e no CS. Observamos que os valores de FA foram significativamente menores no LESj (0,63603; DP±0,0665) quando comparados aos LESa (0,677624 DP±0,08920; p=0,002) e CS (0,699624;DP±0,07920; p=0,001). Aumento de MD (0,00096,SD±0,00014), RD (0,00057, DP±0,00015) e AD (0,0017, DP±0,00014) no LESj quando comparados com o LESa [(MD:0,00096, DP ± 0,00014; p=0,002); (RD:0,00048, DP ± 0,00019; p=0,002); (AD:0,0016, DP±0,00011; p=0,024)] e CS [(MD:0,00116, DP±0,00024; p<0,001); (RD:0,00052, DP±0,00023; p<0,001); (AD:0,0020, DP±0,00018; p=0,014)]. Os escores do MOCA foram significativamente menores no LESj [20,82(DP±4,6)] quando comparados ao LESa [23,27(DP±4,4); p=0,005] e CS [26,52(DP±2,6); p<0,001]. Ao comparar os escores do MoCA com os parâmetros de DTI observamos correlação com FA (r=0,65; p=0,03), MD (r=0,7; p=0,03) e RD (r=0,647; p=0,04). Não foram observadas diferenças entre os escores do BDI e do BAI (p>0,05). Conclusão: Observamos com maior frequência alterações microestruturais do corpo caloso no LESj quando comparado ao LESa com duração semelhante da doença e com CS. Na presença de MNP no LESj, houve maior frequência de danos microestruturais quando comparado ao LESa. Alterações microestruturais podem explicar pior resultado neurocognitivo no LESj. 

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Referências

Postal M, Lapa, A Tamires, Reis F, Rittner L, Appenzeller S. Magnetic resonance imaging in neuropsychiatric systemic lupus erythematosus: current state of the art and novel approaches. LUPUS.2017; 26: 517-21.

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Fischl B. FreeSurfer. Neuroimage. 2012;62(2):774-81.

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