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A percepção de mães sobre a adolescência em território de vulnerabilidade
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Palavras-chave

Comportamento do adolescente
Relações familiares
Vulnerabilidade social
Violência
Qualidade de vida

Como Citar

CARVALHO, Marielle Cristina Ribeiro de; ALI, Lília Freire Rodrigues de Souza. A percepção de mães sobre a adolescência em território de vulnerabilidade: um espaço de reflexão coletivo protegido. Sínteses: Revista Eletrônica do SimTec, Campinas, SP, n. 8.Eixo 2, p. e02200804, 2023. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/simtec/article/view/18001. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

Introdução: A adolescência é uma fase de mudanças físicas, psicológicas e sociais. Apesar do distanciamento na relação com os pais nesta fase, as figuras paternas e maternas são essenciais. O ambiente em que o adolescente vive determina a quais fatores de risco e de proteção ele está sujeito. Para compreender o adolescente, temos que levar em consideração as peculiaridades e características do território em que ele está inserido. Objetivo: O objetivo deste trabalho analisar as vivências e perspectivas de mães sobre a adolescência em territórios com grande vulnerabilidade social. Metodologia: A pesquisa foi realizada em uma Unidade Básica de Saúde e em uma Escola Estadual numa área da periferia do município de Campinas, exposta ao tráfico de drogas e à violência, e foi desenvolvida em duas fases. Na primeira fase foi realizado um estudo transversal com 71 sujeitos, utilizando um questionário socioeconômico e o WHOQOL-BREF, que avalia a qualidade de vida nos domínios Físico, Psicológico, Relações Sociais e Meio-Ambiente. Na segunda fase, com o intuito de captar as percepções e os sentimentos das mães em relação à adolescência no ambiente em que estavam inseridas, foram realizadas narrativa interativa com nove participantes, seguido de grupos focais. O material coletado foi analisado qualitativamente segundo a Teoria Fundamentada nos Dados. Resultados: Ao utilizar o questionário WHOQOL-BREF, a média do domínio Físico foi de 71,76; do Psicológico 68,05; das Relações Sociais 65,96; e do Meio-Ambiente 45,70. Participantes que tinham adolescentes na família apresentavam domínio Psicológico significativamente menor do que os que não conviviam com adolescentes (p=0,0348). A análise das narrativas encontrou as seguintes categorias: "Percebendo o adolescente vulnerável ao grupo, a situações ilícitas e à violência"; "Desconfiando do adolescente"; "Justificando o distanciamento na relação com o adolescente pela falta de tempo e excesso do trabalho dos pais"; e "Sentindo-se indefesas e impotentes frente à violência do território". O fenômeno central identificado foi "Sentindo-se desamparadas nas questões familiares". A Análise dos grupos focais encontrou as seguintes categorias: "Entendendo que adolescentes precisam de diálogo, estudo e trabalho"; "Sentindo dificuldade de lidar com o adolescente"; "Entendendo que a responsabilidade do cuidado é da mãe"; "Sentindo-se inseguras e indefesas no território"; e "Isolando-se em casa". Como fenômeno central: "Precisando manter os adolescentes ocupados para protegê-los". Conclusão: Os participantes da pesquisa possuíam uma menor satisfação em relação ao domínio Meio-Ambiente, comprometendo a sua qualidade de vida. O convívio com um adolescente em casa impactou negativamente o domínio Psicológico. As mães se sentiam desamparadas em relação à adolescência dos filhos e percebiam que este era um momento de grande vulnerabilidade e risco social para eles. Neste ambiente elas se sentiam vulneráveis por não conseguirem proteger seus filhos adolescentes, preferindo se isolar em casa. 

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Referências

CHARMAZ, K. A Construção da Teoria Fundamentada: Guia prático para análise qualitativa. 1. ed. Porto Alegre: Artmed; 2009. 272 p.

MAUTNER, E.; ASHIDA, C.; GREIMEL, E. et al. Are there differences in the health outcomes of mothers in europe and east-asia? A cross-cultural health survey. Biomed. Res. Int. 2014; 2014:9.

VINER, R. M.; OZER, E. M.; DENNY, S.; et al. Adolescence and the social determinants of health. Lancet. 2012; 379:1641-52.

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