Resumo
Introdução: Houve no Brasil diversas transformações sociodemográficas e econômicas que ocasionaram relevantes mudanças no estilo de vida da população e um declínio progressivo da prática de atividades físicas e aumento do etilismo e tabagismo. Objetivo: Avaliou-se num estudo longitudinal a prevalência dos fatores de risco e doenças crônicas não transmissíveis nas avaliações físicas e anamnese dos servidores administrativos e da saúde. Outro fator relevante é que durante o período de restrição social, foi relatada diminuição da prática de atividade física e aumento do tempo em frente a telas, da ingestão de alimentos ultra processados, do número de cigarros fumados e do consumo de bebidas alcoólicas. Metodologia: Foram avaliados através da ficha de anamnese, aferições e avaliações físicas desenvolvidas no Programa Mexa-se nos anos mencionados e aplicada na inscrição antes do inicio das praticas no programa. A pesquisa abrangeu as áreas de saúde e administrativa grupos 1 a 6, totalizando 1.123 servidores no período de jan./2017 à fev./2019, sendo os dados tabulados de acordo com os grupos. O "TCLE" foi assinado pelos servidores antes das avaliações. Resultados: Em relação ao histórico de doenças, fatores de risco e hábitos de vida dos avaliados da área da saúde (masculino e feminino), nota-se apontamentos importantes e preocupantes em relação aos problemas cardíacos, hipertensão arterial, etilismo e hipertireoidismo, além de outros fatores de risco e doenças crônicas. Analisando os dados em % na área da saúde verificou-se: problemas cardíacos 18,6, hipertensão arterial 16,0, artrite 4,6, artrose 5,3, tabagismo 4,6, etilismo 6,0, hipertireoidismo 6,6; na área administrativa em %, problemas cardíacos 18,6, hipertensão arterial 14,6, tabagismo 4,0, etilismo 7,3, hipertiroidismo 8,0. Houve apontamentos (%) de dores de cabeça 12,5 e 9,5; nas costas 13,5 e 14,0; dor nos braços 14,0 e 11,5; nos membros inferiores 12,5 e 11,5 quando comparadas as áreas de saúde e administrativo. Conclusão: Verificam-se incidências de: problemas ortopédicos, hipertensão arterial, etilismo, tabagismo, hipertireoidismo, problemas cardíacos, artrose, artrite. Nota-se a necessidade de criar ações de prevenção e tratamento destes fatores e doenças, tendo em vista que representam um subgrupo populacional com maior fator de risco à saúde. Ações específicas devem despertar atenção da universidade, focando no bem estar, na saúde e na qualidade de vida dos servidores, criando-se um programa de QVT na DGRH.
Referências
ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE. Plano de reorganização da atenção à hipertensão e ao diabetes mellitus. Brasília, 2003.
IBGE. Obesidade entre adultos. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2020/10/pesquisa-do-ibge-mostra-aumento-da-obesidade-entre-adultos. Acesso em 11 de janeiro de 2022.
OMS/OPAS. Mundo tem mais de 700 milhões de pessoas com hipertensão não tratada. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/25-8-2021-mundo-tem-mais-700-milhoes-pessoas-com-hipertensao-nao-tratada. Publicada em 25 de agosto de 2021. Acesso 11 de janeiro de 2022.
ZAMAI, Carlos Ap.; BANKOFF, Antonia D.P. Programa de Convivência, Atividade Física e Saúde: exercício físico, atividade física e inclusão. Campinas: Print Master, 2019.
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