Banner Portal
Reforma agrária como política de defesa do meio ambiente
PDF

Palavras-chave

Emergência climática
Catastrofismo climático
Justiça ecológica
Agroecologia
Reforma agrária

Como Citar

ALVES, José Caio Quadrado. Reforma agrária como política de defesa do meio ambiente: um estudo sobre a emergência de conflitos socioambientais pela terra no território paulista ‒ o caso de Ribeirão Preto-SP. RURIS (Campinas, Online), Campinas, SP, v. 16, n. 1, p. 100–126, 2024. DOI: 10.53000/rr.v16i1.18283. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/ruris/article/view/18283. Acesso em: 15 jan. 2025.

Resumo

Nas últimas décadas, o maior reconhecimento global acerca dos riscos associados às mudanças climáticas, bem como as novas possibilidades de vinculação entre pautas sociais e ecológicas, vêm favorecendo a emergência de novas perspectivas de justiça socioambiental no mundo rural. Ao lado da segurança alimentar e da justa distribuição de terras, a defesa do meio ambiente passa a ser mobilizada pelos movimentos sociais de reforma agrária como forte justificação para desapropriação de terras e promoção da agricultura familiar. Este trabalho investiga o caso do assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, cuja legitimidade política é fundamentada principalmente em perspectivas morais de ordem ecológica. Em conclusão, a construção de uma agenda política voltada à conservação dos bens naturais permitiu ao MST a vinculação de valores ecológicos à sua proposta de uso e ocupação da terra, o que viabilizou politicamente a construção de um assentamento Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS). Com efeito, a reforma agrária popular do MST ultrapassa as questões de produção e renda e se apresenta hoje como uma importante política socioambiental.

https://doi.org/10.53000/rr.v16i1.18283
PDF

Referências

ALVES, J. C. Q.; FERREIRA, L. C. Climate Emergency and Transformation of Rural Areas: Eruption of ecological critiques and justifications in social conflicts in the São Paulo countryside. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 63, p. 23-47, 2024. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v63i0.88012 . Acesso em: 09 out. 2024.

AGUIAR, V. J. Proposta do Comuna da Terra no Assentamento Mário Lago (PDS Fazenda da Barra) em Ribeirão Preto/SP. 2011. Monografia - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Unesp, Presidente Prudente, 2011.

BORELLI FILHO, D. A luta pela posse da terra na região de Ribeirão Preto: o processo de formação e organização do assentamento Mário Lago. 2009. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente) - Centro Universitário de Araraquara, Araraquara, 2009.

BECK, U. A metamorfose do mundo: novos conceitos para uma nova realidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.

BECK, U. The Cosmopolitan Society and Its Enemies. Theory, Culture & Society, 19(1-2), 17-44, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1177/026327640201900101 . Último acesso em 11 out. 2024.

BOLTANSKI, L.; THÉVENOT, L. The sociology of critical capacity. European journal of social theory, v. 2, n. 3, p. 359-377, 1999. Disponível em: https://doi.org/10.1177/136843199002003010 . Último acesso em 11 out. 2024.

CBH do Pardo. Relatório de situação dos recursos hídricos em 2023. Disponível em: https://sigrh.sp.gov.br/relatoriosituacaodosrecursoshidricos. Último acesso em 20 maio 2024.

ESCOBAR, A. Whose knowledge, whose nature? Biodiversity, conservation, and the political ecology of social movements. Journal of Political Ecology. v. 5. 1988. Disponível em: https://doi.org/10.2458/v5i1.21397 . Último acesso em 11 out. 2024.

FERREIRA, L. C.; TAVOLARO, Sergio B. F. Environmental concerns in contemporary Brazil: an insight into some theoretical and societal backgrounds (1970s–1990s). International Journal of Politics, Culture and Society, v. 19, n. 3, p. 161-177, 2008. Disponível em: 10.1007/s10767-008-9021-0. Último acesso em 11 out. 2024.

GOLDFARB, Y. Do campo à cidade, da cidade ao campo: o projeto comunas da terra e a questão dos sujeitos da reforma agrária. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, n. 5, p. 109-138, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.1808-1150.v0i5p109-138. Último acesso em 11 out. 2024.

GOULART, M. P. Ministério Público e democracia: teoria e práxis. São Paulo: Editora Led, 1998.

GOULART, M. P. Elementos para uma teoria geral do Ministério Público. Belo horizonte: Arraes Editores, 2013.

HENRIQUES, O. K. Caracterização da vegetação natural de Ribeirão Preto, SP. 2003. Tese (Doutorado em Biologia) - FFCLRP, USP, Ribeirão Preto, 2003.

IBGE. Censo demográfico de 2022. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/pt/censo-2022-inicio.html?lang=pt-BR. Último acesso em 11out. 2024.

IF (SP). Resultados por município do Mapeamento Temático da Cobertura Vegetal Nativa do Estado de 2020. In: Inventário florestal do estado de São Paulo. Disponível em: https://smastr16.blob.core.windows.net/home/2020/07/tabela-municipio-inventario-florestal-if-2020.pdf. Último acesso em 29 abr. 2022.

IHA, M. H. A apropriação da agrofloresta na afirmação da reforma agrária: um estudo sobre o processo de recampesinização no assentamento Mário Lago em Ribeirão Preto - SP. 2017. Tese (Doutorado em Geografia) - USP, São Paulo, 2017.

MAPA DA ÁGUA. Descubra o que tem na água de Ribeirão Preto (SP). Repórter Brasil, 2021. Disponível em: https://mapadaagua.reporterbrasil.org.br/municipios/sp/ribeirao-preto. Último acesso em 19 maio 2022.

MEIHY, J. C. S. B.; HOLANDA, F. História Oral. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

MULLER, P. As políticas públicas. Niterói-RJ: Editora Aduff, 2018.

PERREIRA, M. E.; BORGIANNI, R. B (Orgs.). Biodiversidade como fonte de renda na agricultura familiar. São Paulo: SIMA-SP, 2021.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 RURIS (Campinas, Online)

Downloads

Não há dados estatísticos.