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DOI: https://doi.org/10.20888/ridphe_r.v9i00.18457
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PESQUISAS SOBRE A SAÚDE MENTAL NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO:
O MAPEAR DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS INDEXADAS NA BRAPCI
Margarete Farias de Moraes
Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil
margarete.moraes@edu.ufes.br
Marcelo Calderari Miguel
Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil
marcelocalderari@yahoo.com.br
Philippe Peterle Modolo
Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil
philippe.modolo@edu.ufes.br
Sandra Maria Souza de Carvalho
Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil
sandra.carvalho@edu.ufes.br
RESUMO
O estudo estabelecer um painel métrico da informação sobre a temática da Saúde Mental,
utilizando a Base de publicações periódicas no Acervo de Publicações BRAPCI uma Base de
Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação; e, o diagnóstico
abrange o período de 2012 a 2022. A metodologia possui caráter descritivo e bibliométrico,
permite identificar 60 artigos relacionados à temática da Saúde Mental, distribuídos em 24
revistas científicas. Os resultados revelam que essa tema é muito incipiente na literatura
científica da Ciência da Informação. Entretanto, observa-se a sua relevância ao tangenciar
construtos interdisciplinares, como sustentabilidade, ética em saúde, responsabilidade social e
as atividades da arte-educação. Conclui-se que diante da visão estatística e panorâmica das
publicações sobre Saúde Mental no âmbito da comunicação e informação situa um rol de
conhecimento, habilidade e atitudes para se humanizar a prática e a ética profissional em
espaços informacionais como arquivos, museus, bibliotecas e galerias de artes visando a
promoção da saúde em torno de um patrimônio documental, educativo e informacional.
Palavras-chave: Direitos humanos. Educação em saúde. Memória científica. Métricas da
informação. Patrimônio memorial.
INVESTIGACIÓN SOBRE SALUD MENTAL EN CIENCIAS DE LA
INFORMACIÓN: MAPEO DE PRODUCCIONES CIENTÍFICAS INDEXADAS EN
BRAPCI
RESUMEN
El estudio establece un panel métrico de información sobre el tema de Salud Mental, utilizando
la Base de publicaciones periódicas de la Colección de Publicaciones BRAPCI Base de Datos
de Referencia de Artículos Periódicos en Ciencias de la Información; y, el diagnóstico abarca
el período de 2012 a 2022. La metodología tiene un carácter descriptivo y bibliométrico,
permitiendo identificar 60 artículos relacionados con el tema de Salud Mental, distribuidos en
24 revistas científicas. Los resultados revelan que este tema es muy incipiente en la literatura
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científica de Ciencias de la Información. Sin embargo, su relevancia se puede ver cuando aborda
constructos interdisciplinarios, como la sostenibilidad, la ética de la salud, la responsabilidad
social y las actividades de educación artística. Se concluye que, dada la visión estadística y
panorámica de las publicaciones sobre Salud Mental en el contexto de la comunicación y la
información, existe un listado de conocimientos, habilidades y actitudes para humanizar la
práctica y la ética profesional en espacios informativos como archivos, museos, bibliotecas. y
galerías de arte orientadas a la promoción de la salud en torno al patrimonio documental,
educativo e informativo.
Palabras clave: Derechos humanos. Educación para la salud. Memoria científica. Métricas de
información. Patrimonio conmemorativo.
RESEARCH ON MENTAL HEALTH IN INFORMATION SCIENCE:
MAPPING SCIENTIFIC PRODUCTIONS INDEXED IN BRAPCI DATABASE
ABSTRACT
The study establishes a metric panel of information on the topic of Mental Health, using the
Base of periodical publications in the BRAPCI Publication Collection a Reference Database
of Periodical Articles in Information Science; and, the diagnosis covers the period from 2012
to 2022. The methodology has a descriptive and bibliometric character, allowing the
identification of 60 articles related to the topic of Mental Health, distributed in 24 scientific
journals. The results reveal that this topic is very incipient in the scientific literature of
Information Science. However, its relevance can be seen when it touches on interdisciplinary
constructs, such as sustainability, health ethics, social responsibility and art education activities.
It is concluded that, given the statistical and panoramic view of publications on Mental Health
in the context of communication and information, there is a list of knowledge, skills and
attitudes to humanize practice and professional ethics in informational spaces such as archives,
museums, libraries and galleries of arts aimed at promoting health around documentary,
educational and informational heritage.
Keywords: Human rights. Health education. Scientific memory. Information metrics.
Memorial heritage.
RECHERCHE SUR LA SANTÉ MENTALE EN SCIENCES DE L'INFORMATION:
CARTOGRAPHIE DES PRODUCTIONS SCIENTIFIQUES RÉPERTORIÉES AU
BRAPCI
RÉSUMÉ
L'étude établit un panel métrique d'informations sur le thème de la santé mentale, en utilisant la
base de publications périodiques de la collection de publications BRAPCI une base de
données de référence d'articles périodiques en sciences de l'information; et le diagnostic couvre
la période de 2012 à 2022. La méthodologie a un caractère descriptif et bibliométrique,
permettant l'identification de 60 articles liés au thème de la santé mentale, distribués dans 24
revues scientifiques. Les résultats révèlent que ce sujet est très naissant dans la littérature
scientifique des sciences de l’information. Cependant, sa pertinence peut être constatée
lorsqu'elle touche à des concepts interdisciplinaires, tels que la durabilité, l'éthique de la santé,
la responsabilité sociale et les activités d'éducation artistique. On conclut que, compte tenu de
la vision statistique et panoramique des publications sur la santé mentale dans le contexte de la
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communication et de l'information, il existe une liste de connaissances, de compétences et
d'attitudes pour humaniser la pratique et l'éthique professionnelle dans les espaces
informationnels tels que les archives, les musées, les bibliothèques. et des galeries d'art visant
à promouvoir la santé autour du patrimoine documentaire, pédagogique et informationnel.
Mots-clés: Droits humains. Éducation à la santé. Mémoire scientifique. Mesures
d'informations. Patrimoine mémoriel.
INTRODUÇÃO
A confiabilidade das informações assume um papel fundamental na esfera científica,
visto que os estudos científicos engendram uma diversidade de documentos que disseminam a
credibilidade e os fluxos informativos em domínios específicos do saber. Sob essa ótica, é
primordial ressaltar que a Ciência da Informação (CI) se configura como um campo
interdisciplinar que abarca o rol de quatro disciplinas fundamentais: Biblioteconomia, Ciência
da Computação, Ciência Cognitiva e Comunicação (Saracevic, 1996).
Araújo (2018, p. 8) destaca que a CI contemporânea adota uma abordagem mais atenta
à complexidade dos fenômenos estudados, procurando compreender as interconexões entre
documentos, mediações e saberes. Essa abordagem contribui para fortalecer e enriquecer um
campo comprometido em abordar os desafios enfrentados na sociedade contemporânea.
No âmbito da promoção da Saúde Mental (SM), a CI desempenha um contexto de
extrema relevância na atualidade, e a bibliometria emerge como uma ferramenta de significativa
importância para avaliar a produção científica relacionada a esse tema. As instituições
bibliotecárias, arquivísticas e museológicas, dentro do contexto da sociedade da
informação/conhecimento contemporâneo, direcionam um conceito singular na disseminação
do conhecimento e do ‘bem-estar’ social. Enfatiza-se que a concepção de ambientes que
respeitem e protejam os direitos civis, políticos, socioeconômicos e culturais são essenciais para
se promover a SM (Souza et al., 2020).
Gaino et al. (2018) informa que a concepção da Organização Mundial da Saúde (OMS,
World Health Organization) inclui o termo ‘bem-estar’ como um elemento essencial, tanto no
contexto da saúde física quanto no aspecto mental, emocional e social do indivíduo. O bem-
estar é considerado parte integrante da saúde como um todo, refletindo a importância de uma
abordagem holística para o cuidado da saúde. A OMS reconhece que o bem-estar não se limita
apenas à ausência de doença, mas também envolve fatores como qualidade de vida, satisfação
pessoal e a capacidade de lidar com os desafios da vida de forma positiva. Portanto, a promoção
do bem-estar é uma parte fundamental das metas e estratégias da OMS para melhorar a saúde
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global. Este painel da saúde, de caráter subjetivo, é influenciado de maneira significativa pelo
contexto cultural. Portanto, a OMS define a saúde mental como um estado de um estado de
bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse
rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. A saúde mental implica muito mais
que a ausência de doenças mentais (World Health Organization, 2022).
Para sistematizar uma promoção efetiva da SM, é necessário implementar ações que
possibilitem às pessoas a adotar e manter estilos de vida saudáveis. Conforme destacado pela
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), diversos
fatores podem representar riscos para a SM das pessoas, incluindo mudanças sociais aceleradas,
ambientes de trabalho estressantes, discriminação de gênero, exclusão social, hábitos de vida
não saudáveis, violência e violações dos direitos humanos. Além disso, a promoção da SM está
intrinsecamente ligada à implementação de estratégias intersetoriais (BRASIL, 2014).
As informações relativas à SM devem ser atualizadas e fundamentadas em evidências
científicas, com o propósito de auxiliar a sociedade a enfrentar os desafios associados à temática
de maneira informada e consciente. Adicionalmente, a promoção, proteção e restauração da SM
podem ser consideradas preocupações fundamentais para indivíduos, comunidades e
sociedades em escala global. Dessa maneira, a promoção da SM abrange a implementação de
medidas que criem condições de vida e ambientes propícios para a saúde, permitindo que as
pessoas adotem e mantenham estilos de vida saudáveis. Paralelamente, é imperativo
documentar violações aos direitos humanos relacionadas a essa questão. Desse modo, a
promoção da SM através de informações atualizadas e serviços de qualidade se torna um
elemento central para o bem-estar individual e coletivo, refletindo diretamente em diversas
esferas como a educação, trabalho, justiça, transporte, meio ambiente, habitação e bem-estar
(Bittencourt; Hoelz, 2021).
No contexto deste estudo, as técnicas bibliométricas envolvem a coleta e a análise
estatística da produção e difusão do conhecimento científico relacionado à área temática em
questão. É relevante enfatizar a importância dessas técnicas, não somente para oferecer suporte
aos profissionais que atuam em unidades de informação, mas também para compreender a
relevância, as convergências dessa temática no âmbito da CI.
O objetivo central desta pesquisa é analisar a produção científica no campo da
Comunicação e Informação (CI) acerca da SM , fazendo uso de indicadores bibliométricos.
Para tal, serão investigadas as seguintes questões de pesquisa: qual foi o período em que o termo
"SM " teve maior destaque (variação temporal da presença) nas indexações da base de dados
BRAPCI? Qual período registrou o maior número de artigos publicados abordando a temática
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da SM ? Quais são os autores mais produtivos em relação a artigos sobre SM nas revistas da
área? Além disso, será explorado quais são os tópicos mais frequentemente tratados nos artigos
científicos sobre SM .
Por meio dessa análise bibliométrica, espera-se contribuir para uma compreensão mais
profunda da interseção entre SM e CI, oferecendo insights valiosos sobre a evolução temporal,
os principais protagonistas e os tópicos preponderantes na produção científica nesse campo.
Assim, a aplicação de métodos e técnicas bibliométricas, como as metodologias quantitativas,
amplia as possibilidades de explorar os caminhos e fundamentos da comunicação científica
nessa área específica da SM. Essas abordagens permitem analisar a produção científica,
identificar tendências, mapear colaborações entre pesquisadores e avaliar o impacto das
publicações, proporcionando uma compreensão mais profunda das relações entre a CI e a
promoção da SM. Desse modo, a intersecção entre a CI e a SM é uma arena fértil para
investigações que não apenas beneficiam os profissionais da informação, mas também
enriquecem os esforços para promover o bem-estar mental e ocupacional em nível individual e
social.
Para alcançar o objetivo geral estabelecido, este estudo se propõe a atingir os seguintes
objetivos específicos: primeiro, realizar uma análise temporal para identificar o período de
maior produtividade científica relacionada à temática da SM ; segundo, identificar a revista
científica que apresenta a maior produção de artigos sobre o tema em questão; por fim, mapear
e identificar os principais enunciações e fabulações recorrentes nos artigos científicos que
abordam a SM na amplitude da comunicação e informação.
Com as métricas de informação, torna-se possível compreender mais profundamente a
produção científica e da orientação dos estudos relacionados ao tema em estudo, no âmbito da
CI. De tal modo, o alcance desses objetivos não apenas enriquecerá a compreensão da dinâmica
acadêmica e, fornecerá percepções cruciais para a condução e a evolução futura da pesquisa
nesse campo. Essa abordagem representará um recurso valioso para desvendar a trajetória e as
ênfases da pesquisa em SM dentro do contexto da CI. Ao proporcionar uma análise quantitativa
e qualitativa da produção científica, esses objetivos específicos contribuirão significativamente
para uma compreensão mais completa e informada das abordagens e tendências em torno dessa
temática essencial.
MULTÍPLICES OLHARES: INFORMAÇÃO E ARTETERAPIA COMO PROJETO
A SM é um conjunto de estados emocionais, psicológicos e sociais que compõem o
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bem-estar mental de um indivíduo e, o entendimento expressa um direito de cidadania
(Nunes; Almeida, 2020). Envolve a capacidade de lidar com o estresse, as emoções, os
relacionamentos interpessoais e os desafios cotidianos de maneira saudável e adaptativa. A SM
não se limita à ausência de transtornos mentais, mas abrange a busca por um equilíbrio
emocional e psicológico que permita uma vida plena e satisfatória. A promoção da SM envolve
cuidados autênticos consigo mesmo e com os outros, a busca por apoio quando necessário e a
criação de ambientes que fomentem o bem-estar mental de todos (Wiki Psicoeduc, 2009).
Nesse contexto, ressalta-se a importância fundamental do entendimento e da valorização
da SM como alicerce para abordar questões cruciais relacionadas ao bem-estar psicológico e
social das pessoas, bem como para compreender e enfrentar os desafios que afetam a SM na
sociedade contemporânea. Sendo assim, entende-se que:
[...] A mudança de paradigma proposta por um novo modo de atenção à saúde
mental inspirado na experiência de reforma psiquiátrica ocorrido na Itália,
pretende, além de melhorar a qualidade da assistência, construir novas
relações sociais, um outro lugar social para a loucura em busca de uma
desinstitucionalização das práticas manicomiais arraigadas na sociedade. O
processo da desinstitucionalização é caracterizado por três aspectos: a)
construção de nova política de saúde mental a partir da base da instituição,
com mobilização e participação; b) transformar os pacientes em sujeitos e
removê-los da posição de objetos na relação com a instituição; c) construir
estruturas externas totalmente substitutivas ao manicômio. Com estes três
aspectos, pretende-se eliminar a internação do conjunto das estruturas e
competências da Psiquiatria (Pedrosa; Moreira, 2017, p.74).
Nessa perspectiva, enfatiza-se um contexto em que a informação sobre SM, para além
daquelas específicas da medicina, permeia as diversas demandas do cotidiano. Assim, entende-
se que com uma abordagem sensível e empática, a Política de Segurança e Saúde do Trabalho
direciona seus esforços para promover transformações sociais, compartilhar conhecimentos e
aprimorar de maneira contínua o desempenho no que tange à segurança e saúde, em todos os
níveis.
O estudo conduzido pelas pesquisadoras Souza e Bernardo (2019) traz à luz uma
realidade que muitas vezes é naturalizada na sociedade: a ideia de que acidentes e adoecimento
são inerentes e inevitáveis no contexto laboral. Essa concepção, muitas vezes insidiosa,
progressiva e silenciosa, raramente relaciona o desgaste e adoecimento mental do trabalhador
com as condições de trabalho compartilhadas coletivamente. Para promover uma abordagem
informada e engajada, é necessário romper com visões individualistas, naturalizadoras e
fatalistas que ainda prevalecem na compreensão do processo saúde-doença mental no ambiente
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de trabalho. Isso requer incentivar o protagonismo da classe trabalhadora e oferecer um
atendimento sensível e amplo aos trabalhadores que já apresentam sintomas de agravos na SM
. Essa abordagem vai desde fomentar a organização coletiva até executar atividades de
monitoramento e fiscalização nos locais de trabalho, em paralelo à coordenação com outras
instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS).
A Política Nacional de SM do Brasil, implementada em 2001, tem como objetivo
principal a proteção e garantia dos direitos das pessoas que enfrentam transtornos mentais, ao
mesmo tempo que direciona a transformação do modelo assistencial em SM. Por meio da Lei
nº 10.216 (Reforma Psiquiátrica no Brasil, Lei Antimanicomial ou Paulo Delgado), assegura e
direciona um novo modelo assistencial em saúde mental e indica que diversos contextos de
atendimento em SM (indivíduo, família ou responsáveis) devem obter uma ampla gama de
informações acerca de sua condição e responsabilidade do Estado no estabelecimento da
abordagem de SM , na prestação de tratamento. Além disso, a concretização da Política
Nacional de Atenção à SM implica a assistência e na promoção de ações de saúde destinadas
às pessoas que lidam com transtornos mentais (Brasil, 2005).
A Política de Segurança e Saúde do Trabalho busca promover uma mudança social,
compartilhar conhecimentos e aprimorar continuamente o desempenho em segurança e saúde,
em todos os níveis, visando garantir sua evolução técnica e comportamental. Todavia o estudo
realizado pelas pesquisadoras Souza e Bernardo (2019), constatou-se o empenho em promover
o compartilhamento de informações e facilitar a conscientização de diversos agentes sociais
acerca dos fatores relacionados à organização do trabalho que podem contribuir para o
surgimento de problemas de SM. Esse compromisso foi evidenciado por meio de uma série de
iniciativas que abrangem desde a oferta de atendimento sensível e abrangente aos trabalhadores
que manifestam sintomas de agravos na SM , passando pelo estímulo à organização coletiva,
até a realização de atividades de monitoramento e fiscalização nos ambientes de trabalho, além
da coordenação de outras instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS).
Assim, adotar uma abordagem educativa é reconhecer a importância da SM , os
profissionais da informação contribuem para promover o bem-estar mental, reduzir estigmas e
favorecer a inclusão social das pessoas com transtornos mentais. Além disso, ao proporcionar
acesso a informações relevantes e atualizadas sobre a SM , esses profissionais fortalecem o
cuidado com a SM da população.
Frente ao exposto, a relevância da SM como tema na CI se deve à sua influência crucial
sobre a qualidade de vida das pessoas e ao funcionamento saudável das sociedades. No âmbito
da CI, a SM abarca aspectos emocionais, psicológicos e sociais que desempenham um papel
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fundamental na forma como as pessoas interagem com a informação, como acessam e
compartilham conhecimento. A compreensão da SM dentro desse contexto é vital para abordar
os desafios de bem-estar e inclusão, promovendo uma relação saudável entre os indivíduos, a
informação e a sociedade. A atenção à SM na CI não apenas contribui para a qualidade do
engajamento com a informação, mas também para a construção de ambientes informacionais
mais sensíveis, empáticos e eficazes, alinhados com as necessidades e bem-estar dos indivíduos
e das comunidades.
No que diz respeito às tendências futuras, a SM desempenha um papel de grande
relevância, não apenas devido à subjetividade inerente ao fenômeno do adoecimento mental,
mas também no âmbito da educação cidadã e das práticas da CI. Ela transcende questões
dicas e busca influenciar a maneira como as pessoas são educadas e como a informação é
disseminada. Nesse cenário, os profissionais da informação, como bibliotecários, museólogos
e arquivistas, desempenham um papel crucial ao adotarem uma abordagem informativa,
emancipatória e colaborativa. Seu objetivo é estimular diálogos, participação e respeito às
diversas opiniões e necessidades dos usuários. Ademais, busca-se promover aprendizagens
educativas abertas em espaços de educação não formal que estejam em sintonia com as
demandas sociais e culturais locais e globais, incluindo a questão da escuta ativa e a atenção
psicossocial.
Portanto, o enfoque emancipatório e colaborativo da CI em relação à SM pode criar um
ambiente propício para a conscientização, compreensão e apoio mútuo em relação a essa área,
promovendo uma sociedade mais acolhedora, inclusiva e solidária. Já, no contexto da
implementação da reforma psiquiátrica no Brasil
1
, é evidente que ela representou um marco
significativo na promoção de alternativas aos manicômios por meio da criação de serviços
psicossociais. Apesar de ainda não ter sido totalmente erradicada a presença dessas instituições,
a reforma ganhou força com o apoio das vozes populares, buscando uma abordagem de cuidado
em SM mais empática e integrativa.
Ante as novas concepções acerca da abordagem preventiva dos quadros de patologias
mentais, convém refletir o papel dos espaços blicos na promoção do bem-estar, tal como
concebido pela OMS. A realidade imposta pela pandemia do COVID-19 trouxe à tona
1
Entretanto, a jornada da reforma psiquiátrica também enfrentou complexos obstáculos e desafios institucionais,
particularmente provenientes de instituições conservadoras que defendiam a manutenção dos manicômios como
centros de atendimento psiquiátrico. A resistência à mudança e a aderência ao modelo tradicional de cuidado
dificultaram o avanço da reforma em algumas circunstâncias. A superação dessas barreiras e a busca por uma
abordagem mais humanizada e respeitosa são etapas cruciais para progredir na construção de uma sociedade
equitativa e democrática em relação à SM (Amarante; Nunes, 2018).
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discussões sobre o agravamento dos quadros de SM, ante o isolamento. Além disso, os meios
de comunicação têm demonstrado uma maior abertura ao abordar questões transversais à saúde
mental, como o suicídio, por exemplo (Betshe, 2018).
Sendo a CI um campo que dialoga com as ciências arquivísticas, museológicas,
biblioteconômicas, cabe refletir em que medida os arquivos, museus e bibliotecas contribuem
para aquilo que Costa (2012, p.91) chama de “saúde cultural” dos usuários. A SM ante este
novo paradigma, que enxerga o ser humano a partir de uma ótica integral, pode se beneficiar
do conhecimento que vem sendo produzido em outras áreas para além da medicina.
A exemplo disso, convém citar que em 1946, a Dr.ª Nise da Silveira, psiquiatra
alagoana, criou ateliês de arteterapia no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, Rio de
Janeiro, onde tratou seus pacientes, dando-lhes “o prazer de lidar com as emoções provocadas
pela arte” (Costa, 2020, p.149). Tal prática culminou na criação do Museu de Imagens do
Inconsciente, importante marco na história da reforma psiquiátrica no Brasil, tornando-se centro
de referência na área da SM.
Convém ainda abarcar os estudos da Wellcome Trust Foundation e o Science Museum
de Londres, desenvolvidos em 1997, quando estudavam a interação entre artistas e cientistas,
considerando-a um território propício à fecundação da neuroarte
2
.
Um terceiro exemplo ocorreu em Roma, em meados dos anos 2000, quando os
professores Massimo Cicogna e Stefania Rocchi do Instituto de Psicologia de Roma realizaram
um estudo com casais que frequentam os museus da cidade. Os estudos demonstraram que:
[...] Amor à arte fortalece a saúde. Amar a arte e gostar de conviver com ela
torna a vida mais saudável, o intelecto muito mais ativo e combate a depressão.
Visitar museus com frequência pode ajudar a recuperar a serenidade
necessária para enfrentar os problemas do dia a dia. O contato constante com
a arte aumenta a capacidade de atenção, desempenho sexual e segurança em
si mesmo. Também melhora o estilo de vida de qualquer pessoa (Cicogna;
Rocchi, 2005, p. 10).
De fato, ao explorar exposições artísticas, acervos históricos ou obras literárias, as
pessoas são convidadas a expandir seus horizontes intelectuais e emocionais, estimulando a
curiosidade e o pensamento crítico. Essa interação com o patrimônio cultural e artístico, a
sensação de maravilha ao descobrir novos conhecimentos e a conexão com as narrativas do
2
Neuroarte é um termo que designa uma série de expressões associadas a artes plásticas e neurociências. O termo
expressa fenômenos mistos nas duas áreas, que podem ser fusões, influências de ambas as partes ou, inclusive,
material artístico produzido por indivíduos que sofrem de problemas neurológicos ou psiquiátricos (SBPC, 2004).
Destarte, a neuroarte ao mesmo tempo se utiliza da neurociência para enriquecer a experiência artística e traz a
compreensão de como o campo cerebral interage.
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passado têm o potencial de fomentar um sentimento de pertencimento e significado. Isso, por
sua vez, pode contribuir para uma mente mais equilibrada e saudável. Essas contribuições não
se limitam apenas à saúde mental, mas também desempenham um papel fundamental na
comunicação em saúde, ao esclarecer os determinantes de saúde que compõem o cotidiano das
pessoas (Spink, 2018).
Sendo assim, popularmente convencionou-se a ideia de que as instituições museais são
os principais locais de guarda dos artefatos artísticos e culturais das sociedades. No entanto,
destacado Thiesen (2009), arquivos e bibliotecas também desempenham um papel igualmente
relevante tanto na pesquisa quanto na construção do conhecimento, bem como na apreciação
dos bens culturais produzidos pela humanidade e preservados nessas instituições. A importância
dessas três formas de instituições para a construção da história e da memória da humanidade
tem sido reconhecida ao longo do tempo (Tanus, 2014). Elas atuam como guardiãs de bens
culturais e patrimoniais que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da
sociedade. A exploração desses espaços oferece a oportunidade de nos apropriarmos da história,
memória e identidade de nossas sociedades, permitindo-nos compreender a riqueza da
diversidade cultural, os diversos tipos de patrimônio, tanto material quanto imaterial, bem como
as extensas coleções bibliográficas, arquivísticas e museológicas disponíveis (Vilhena e Dias,
2019, p. 81).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O diagnóstico atual se enquadra na categoria de estudo exploratório de natureza
bibliográfica. O método predominante utilizado neste estudo é o quantitativo, empregando
indicadores bibliométricos para examinar a produção científica no campo da CI, relacionando-
se ao problema abordado (Costa; Miguel; Silva, 2020).
O exame de métricas nesse contexto não é uma tarefa trivial, mas sim uma empreitada
que se mostra desafiadora. Demanda a coleta de dados e a observância das leis que regem a
produtividade dos periódicos (Lei de Bradford), a produtividade dos autores (Lei de Lotka) e a
frequência das palavras (Lei de Zipf). Tais métricas conferem insights valiosos acerca do padrão
da produção científica na área da CI quando se trata da SM .
O estudo se reveste de uma abordagem descritiva, tal como delineado por Gil (2008),
sendo apropriado para traçar um panorama de uma realidade específica e estabelecer conexões
entre variáveis. O escopo da pesquisa abarca os artigos científicos indexados nos periódicos
científicos da base BRAPCI, concentrando-se sobretudo na literatura do século XXI,
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abrangendo o período de 2012 a 2022.
Nesse sentido, o estudo visar regastar uma visão abrangente e atualizada da produção
científica relacionada à SM no âmbito da CI , buscando identificar padrões, tendências e
contribuições relevantes nesse campo específico. A análise de indicadores bibliométricos tem
um crucial papel de proporcionar uma apreensão sobre a evolução de uma temática e sua
importância para a CI ao decorrer do tempo (Costa; Miguel; Silva, 2020). Utilizando essas
informações, o estudo exploratório instaura um panorama da produção científica relacionada às
interfaces entre SM e CI . Isso permite destacar diversos aspectos, como as tendências nas
publicações ao longo do tempo, os autores mais produtivos, os periódicos de maior relevância
e os temas frequentemente abordados nos documentos indexados. Por conseguinte, a análise
direcionada por parâmetros bibliométricos desempenha uma função crucial no impulso do
progresso científico, proporcionando percepções valiosas a pesquisadores, instituições
acadêmicas, agências financiadoras e tomadores de decisão. Tais análises contribuem de
maneira significativa para a contínua evolução e aperfeiçoamento das pesquisas em diversas
áreas do conhecimento.
Os estudos de natureza bibliométrica têm uma função primordial no enriquecimento do
entendimento acerca de um tema específico, permitindo a investigação de diversos aspectos
relacionados à produção científica, tais como os principais autores, instituições e revistas
científicas que se destacam em determinada área. Esse ponto é corroborado por Alvarado-
Urbizagastegui (2008), Tano e Hayashi (2015), Machado Junior et al. (2016) e Silva, Miguel e
Costa (2021), os quais reforçam a relevância desses estudos na compreensão da produção
científica em campos específicos.
A abordagem da bibliometria é intrinsecamente ligada à CI, porém sua aplicação
estende-se a todas as áreas do conhecimento para mensurar a produção científica, como
destacado por Silveira, Miguel e Lima (2021). Essa metodologia emprega técnicas quantitativas
para identificar padrões comuns entre os artigos científicos, analisando aspectos estatísticos
relacionados ao número e à evolução de documentos, bem como a autoria e os periódicos mais
prolíficos em um campo específico de estudo.
A escolha da base de dados Brapci para o presente estudo é respaldada pelo fato de
disponibilizar dados acessíveis e por possuir um vasto acervo bibliográfico especializado em
biblioteconomia, CI e disciplinas afins. Essas características conferem à base uma relevância
notável e uma adequação substancial para a condução da análise bibliométrica sobre a temática
da SM na CI. Ao fazer uso dessa fonte, antecipa-se a obtenção de informações precisas e
abrangentes, fundamentais para a condução eficaz deste estudo exploratório.
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A coleta de dados foi conduzida empregando suas estratégias de busca e as ferramentas
disponíveis. Os campos de interesse selecionados para análise abordaram o título dos artigos,
os autores, os anos de publicação, os periódicos científicos e as palavras-chave contidas nos
metadados dos itens. A execução da coleta ocorreu em 27 de julho de 2023, resultando na
obtenção de um total de 60 documentos provenientes de periódicos e eventos científicos
indexados pela Brapci.
Os dados assim adquiridos foram organizados e tabulados por meio do software
Microsoft Office Excel. Nesse sentido, foram elaboradas planilhas de dados no formato .xls,
facilitando a criação de tabelas e gráficos que permitirão expor a interpretação dos resultados,
bem como apresentar as publicações correlatas à temática da SM (incluindo a busca pelo termo
em inglês, ‘mental health’ e, a expressão em espanhol, ‘salud mental’) dentro do Acervo Brapci.
Em síntese, a abordagem bibliométrica adotada no presente estudo exploratório não
apenas ampliou a compreensão da produção científica centrada na convergência entre SM e CI
, mas também forneceu percepções preciosas para guiar futuras investigações e intervenções
nesse campo. A análise das métricas e indicadores bibliométricos propiciou uma visão global
das tendências, dinâmicas e atores envolvidos nesse âmbito de conhecimento, desvendando as
conexões entre a produção acadêmica, a SM e a disseminação de informações. Nesse cenário,
a metodologia bibliométrica surge como recurso essencial para explorar e avaliar o
desdobramento dessas discussões, contribuindo na identificação de lacunas, na formulação de
diretrizes políticas e na expansão do diálogo acadêmico e social em torno dessa temática crucial.
DESTAQUE DOS RESULTADOS
Nesta seção, são apresentados os aspectos métricos relacionados à produção científica
de artigos de periódicos sobre a temática SM e que encontram-se indexados na Brapci, na
abrangência temporal de 1 de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2022. Observa-se que,
embora o termo ‘Saúde Mental’ tenha surgido no final do século XX, a produtividade científica
nesse campo vem apresentando um significativo crescimento na área da CI na segunda década
do século XXI. Esse aumento indica que a temática da saúde está sendo impulsionado por
práticas colaborativas e pela reestruturação de programas e políticas públicas, envolvendo
diversos agentes, observatórios e esforços no âmbito da judicialização do direito à rede de
atenção em SM. A ilustração a seguir (Figura1) demonstra a distribuição anual dos artigos ao
longo dos dez anos.
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FIGURA 1 Sondagem anual das publicações científicas no tema SM na Base de Dados
BRAPCI
Fonte: Elaborado pelos autores; dados do estudo advém da análise na Brapci - sondagem jul. 2023.
O exame bibliométrico, indica a quantidade de publicações no recorte temporal (2012 a
2022), com a temática SM, e destaca: a produtividade das revistas científicas, a produtividade
dos pesquisadores e das palavras-chave como citam Costa, Miguel e Silva (2022) e adota a
avaliação Qualis/Capes Quadriênio 2017-2020 oficialmente como nova metodologia de
avaliação de revistas na Plataforma Sucupira (a base padronizadora do Sistema Nacional de
Pós-Graduação brasileira).
A partir do ano de 2019, observa-se um aumento significativo na produção de
publicações relacionadas à temática de saúde mental. Nos últimos três anos, de 2020 a 2022,
esse crescimento na produção de conteúdo se intensificou, impulsionado pelos debates em torno
da saúde no contexto da pandemia de COVID-19, também conhecida como pandemia de
coronavírus. No ano de 2023, esse crescimento se destaca ainda mais, com um total de 13
publicações, o que representa um aumento de mais de 300% em comparação com o indicativo
dos cinco anos anteriores, durante os quais foram recuperadas apenas três publicações
relacionadas a essa temática. Esse cenário reflete a crescente importância e relevância do
assunto da SM na era contemporânea.
Ademais, compreende-se que a comunicação é o cerne da ciência, envolve vários
organismos em paulatino desenvolvimento mas para isso ser plausível, é imprescindível que
as informações científicas sejam expostas. Perfazer e tentar depreender os caminhos que levam
à temática SM sair da incipiente pauta das pesquisas na Pós-Graduação em CI é desafio na
atuação da CI no campo educacional.
Percebe-se, portanto, que ao longo dos últimos onze anos (2012 a 2022), os artigos de
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periódicos na área de Ciência da Informação têm tratado a saúde mental como um meio e um
processo que direcionam o foco para as práticas de mediação em unidades de informação. Essa
perspectiva da articulação dos serviços demonstra como a SM não é apenas uma questão
individual, mas também um elemento que se reflete em sistemas de sustentabilidade, políticas
públicas, Parcerias Público-Privadas (PPPs) e fomenta outras interação com outros mecanismos
socioeducacionais e culturais relacionados à cidadania. Essa abordagem compartilha princípios,
construções e uma expectativas daética informacional, destacando a seriedade de se considerar
a SM como um componente integral das práticas de informação e mediação no contexto do
Brasil.
Nesse contexto, ao longo do período de 2012 a 2022, observa-se que a saúde mental
avançou e assumiu várias formas de articulação de acordo com sua aplicação na CI. De acordo
com Oliveira, Rosa e Teixeira (2021, p. 84), a saúde mental se revela como uma das estratégias
a serem adotadas pelos bibliotecários para promover a disseminação assistencial (socius
saudável). Além disso, no mês de outubro, que foi instituído em 1992 pela Federação Mundial
de Saúde Mental com o propósito de chamar a atenção pública para esse tema ainda tabu na
sociedade, destaca-se a pauta relacionada ao Dia Internacional da Saúde Mental.
Nesse sentido, é importante destacar que os trabalhos mais recentes introduzidos na
Brapci (2020 a 2022) m o potencial de promover a saúde mental em termos de equidade,
economia política, direitos humanos, biopolítica, sustentabilidade e tecnologia social. Eles
contribuem para uma práxis educativa coletiva, evidenciando que a saúde mental crítica está
inserida no debate no campo da educação. Como uma prática social historicamente construída,
ela representa um espaço de disputa entre diferentes concepções de mundo, de ser humano e de
sociedade, que fundamentam as teorias educacionais e propostas pedagógicas (Lopes; Loureiro,
2022).
Em termos gerais, a globalização da saúde mental torna mais acessível sua constituição,
e essa produção documental adquire maior visibilidade na sociedade como um todo. No entanto,
os projetos relacionados à saúde mental precisam ser efetivamente implementados para cumprir
sua função social. Isso envolve uma rie de agências e fluxos de informação, bem como
decisões, mercados e a circulação de pessoas e capitais em escala global. Observa-se que o
perfil e o padrão de crescimento da produção acadêmica relacionada à saúde mental estão
presentes em conferências e revistas de alta qualidade, como aquelas classificadas como
‘Extrato A’ no sistema Qualis de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes).
A estratificação 'Qualis Capes periódicos' é baseada nos parâmetros do quadriênio 2017-
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2020 na área de Comunicação e Informação e está disponível na Web Plataforma Sucupira.
Essa plataforma é um sistema de coleta de informações, análises e avaliações que serve como
base padronizadora para o Sistema Nacional de Pós-Graduação brasileiro. A ilustração a seguir
(Tabela 1) especifica os periódicos identificados no levantamento:
TABELA 1 Periódicos indexados na Brapci que publicaram artigos sobre SM
Título
Quantid.
ISSN
Perc.
Acervo - Revista do Arquivo Nacional
1
2237-8723
9
15%
Revista Cubana de Información en Ciencias de la
Salud (Cuba)
6
2307-2113
Informação & Informação
1
1981-8920
Palabra Clave (Argentina)
1
0122-8285
Reciis - Revista Eletrônica de Comunicação,
Informação e Inovação em Saúde
23
1981-6278
37
62%
Inclusão Social
3
1808-8678
Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação
2
1980-6949
Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som -
Policromias
1
2448-2935
Perspectivas em Gestão & Conhecimento
2
2236-417X
Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina
2
1414-0594
AtoZ: Novas Práticas em Informação e
Conhecimento
1
2237-826X
Ciência da Informação
1
1518-8353
Páginas A&B, Arquivos e Bibliotecas
1
0873-5670
Revista P2P e INOVAÇÃO
1
2358-7814
Revista Conhecimento em Ação
1
2525-7935
5
8%
Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da
Informação
1
1983-5116
Comunicação & Informação
2
1415-5842
Revista Brasileira de Educação em Ciência da
Informação
1
2358-3193
Revista Fontes Documentais
3
2595-9778
5
8%
Revista Folha de Rosto
1
2447-0120
Iberoamerican Journal of Science Measurement
and Communication
1
2709-7595
Asklepion: Informação em Saúde
2
2763-8960
4
7%
Ciência da Informação Express
1
2675-8717
Ensaio Geral
1
2764-1953
TOTAL 24 - Revistas
60
-
1
Fonte: Elaborado pelos autores; dados da Brapci e avaliação Qualis/Quadriênio 2017-2020, jul. 2023.
É notável que os quatorze primeiros periódicos listados na Tabela 1 tenham publicado
um total de 46 artigos relacionados à Saúde Mental, o que representa aproximadamente 77%
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do total. Esses periódicos se destacam, pois estão qualificados e classificados no Qualis Capes
nas categorias A1 a A4, indicando sua relevância e influência no campo acadêmico. a
classificação B1 e B2 Qualis-Capes engloba um conjunto menor de publicações,
correspondendo a cinco artigos, o que representa aproximadamente 8% do total, distribuídos
em quatro periódicos.
A Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (RECIIS),
editada desde 2007 pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em
Saúde (Icict) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e classificada como Qualis A3, apresentou
23 publicações, representando 38% do total de artigos recuperados sobre o tema da saúde
mental na Brapci (junho de 2023). Por sua vez, a Revista Cubana de Información en Ciencias
de la Salud, com ISSN 2307-2113 e classificação Qualis A2, contribuiu com seis itens
documentais, representando aproximadamente 10% da produção científica sobre o assunto na
Brapci. Em conjunto, essas duas revistas compreendem 48% da produção científica total, o que
equivale a 29 artigos (48%) sobre o tema da SM na Brapci (junho de 2023). Portanto, é possível
afirmar que o tema da SM é uma relevante pauta nos principais veículos de comunicação
científica, sendo que a Brapci recupera 24 revistas que contribuem para a divulgação científica
nesse âmbito. Já, no que diz respeito à identificação das características da autoria dos artigos, a
composição da equipe envolvida na produção é a seguinte:
QUADRO 1 Características das publicações indexadas na Brapci
Publicações Indexadas Na Brapci (2012 A 2021) Da CI Com Tema Da SM
ARTIGOS: Produção 60
itens documentais
Autoria única - 1 autor
13 itens
22%
Duplas - 2 autores
16 itens
27%
Trios - 3 autores
15 itens
25%
4 a 6 autores
11 itens
18%
> 6 autores
5 itens
8%
AUTORIA: Pesquisadores/
autores envolvidos
Mulheres
~ 140 autores
69%
Homens
~ 62 autores
31%
Fonte: Elaborado pelos autores; com base nos dados da pesquisa - Brapci, jul. 2023.
Os resultados revelam que cada um dos 202 pesquisadores envolvidos nessa temática,
seja individualmente ou em colaboração, no período de 2012 a 2022. Desse total, 13 trabalhos
são expressão de autoria única, 16 artigos resultam de colaborações entre dois pesquisadores,
15 publicações envolveram grupos de três estudiosos, e outros 16 itens envolvem a participação
de quatro ou mais integrantes na sua produção. Esse panorama demonstra a variedade de
abordagens e colaborações na pesquisa sobre SM dentro da área da CI.
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FIGURA 2 Característica da Autoria na publicações científicas com o tema SM na Base
BRAPCI
Fonte: Elaborado pelos autores; dados da pesquisa das indexações da Brapci - sondagem jul. 2023.
Com base na análise dos resultados e na aplicação da fórmula de Lotka, ajustada por
Price, é possível concluir que aproximadamente 1/7 da literatura sobre a temática de Saúde
Mental, e menos de 1/30 dos autores, estão associados a uma alta produtividade. No total,
sete pesquisadores entre os 202 analisados que apresentaram duas ou mais publicações
indexadas nessa temática no período de 2012 a 2022. Portanto, a produtividade dos autores
nesse campo de pesquisa não demonstra uma extensa variabilidade, sendo que a maioria dos
pesquisadores contribui com um único trabalho. Conforme o reconhecimento crescente da
relevância da SM nas agendas global e local, a intersecção com a CI emerge como uma esfera
estratégica para fomentar sociedades mais esclarecidas e conscientes quanto a SM.
Destaca-se que a forma de publicação mais comum nesse campo de estudo é por meio
de colaborações entre duplas de pesquisadores, totalizando 16 artigos. É importante ressaltar a
significativa contribuição de autoras femininas que desempenharam um papel pioneiro e
precursor na pesquisa sobre Saúde Mental no contexto da Ciência da Informação, mesmo que
o número total de pesquisadores nesse campo não seja elevado. No período de análise que
abrange os últimos 11 anos de pesquisa na Brapci, algumas pesquisadoras se destacaram, com
duas ou mais publicações em seu nome. Nomes como Arlinda Barbosa Moreno (ID Lattes:
4276820048204968), Daniela Câmara Pizarro (ID Lattes: 9018524527620180), Ieda Pelogia
Martins Damian (ID Lattes: 6732213490679586), Mariana Bteshe (ID Lattes:
6545170514548258), Rafaela Carolina da Silva (ID Lattes: 4401853956270224) e Ricardo De
Lima Chagas (ID Lattes: 6129382416041867) foram especialmente relevantes para o
desenvolvimento do conhecimento nessa interseção entre Saúde Mental e Ciência da
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Informação. Ao todo, identificamos 202 pesquisadores nesse recorte temporal, sendo a maioria
deles (cerca de 70%) do gênero feminino.
Já na sondagem acerca das palavras-chaves mais frequentes é possível ressaltar tópicos
representativos do conhecimento interdisciplinar como uma dimensão nova e necessária ao
pensamento atual sobre o meio ambiente, no âmbito da Arquivologia (tópicos da Agenda 2030,
Arquivo Sustentabilidade, Arquivo Intermediário, Bens Públicos, Mediação, Sistema de
auxílio à decisão) e na Biblioteconomia, no plano das práticas e do empírico (revela a atuação
das bibliotecas públicas, escolares, universitárias, especializadas, particulares, comunitárias e
os pontos de leitura direcionando as formas de ação cultural, fabricação cultural e animação
cultural que envolve a questão da SM.
Ao consultar o Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGP), que centraliza
informações sobre os grupos de pesquisa em atividade no país e é mantido pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), observa-se que, no contexto
da CI, existem apenas dois registros de grupos que abordam o tema 'Saúde Mental'. Esses
grupos são: I) Laboratório de Pesquisa em Informação e Informática em Saúde - LAPIIS,
vinculado à Universidade Federal de Alagoas (UFAL); e II) Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Informação, Representação, Memória e Subjetividades - INFORMES, vinculado à
Universidade Federal do Cariri (UFCA). Essa limitada representação aponta para uma relação
ainda incipiente entre as áreas de SM e CI, destacando a necessidade de fortalecer os laços e
promover um diálogo interdisciplinar mais robusto entre esses campos do conhecimento.
Além dessa observação, é pertinente destacar que o direito ao acesso à informação em
saúde, intrinsecamente ligado às políticas implementadas pelo Estado brasileiro (e que estar
muito longe de expressar simultânea coesão social), desempenha um papel de extrema
importância ao fomentar uma maior participação da sociedade nas decisões que abrangem
questões sociais complexas. Esse direito, consagrado constitucionalmente, situa diretrizes
essenciais para a preservação da saúde pública no pais.
Na conjuntura do Patrimônio Laboral e Econômico-Financeiro, está havendo um
reconhecimento crescente do impacto da saúde mental na produtividade e no bem-estar dos
trabalhadores. Empresas e organizações estão adotando políticas e programas de apoio à saúde
mental no local de trabalho. Argumenta-se assim que expor a SM no primeiro mês do ano é
incluir no planejamento anual a importância do autocuidado diário, de estar atento aos sinais
físicos e emocionais que se antecipam aos transtornos e que podem impactar sua produtividade
pessoal e profissional.
Na diretivas do Patrimônio Informativo do Estado, observa-se um aumento na
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conscientização sobre a SM, acompanhado por um maior destaque dado à importância de
discutir questões relacionadas à saúde mental e à redução do estigma associado a esses temas.
Além disso, na esfera cultural, percebe-se uma mudança na representação da SM na mídia e na
cultura popular, o que pode impactar a percepção pública e a compreensão dessas questões. É
crucial que bibliotecários, arquivistas e museólogos considerem a SM em seu trabalho, uma vez
que as pessoas e as instituições estão cada vez mais preocupadas com o bem-estar individual e
coletivo. Como exemplo, muitas pessoas buscam informações sobre lazer, sono, alimentação
saudável e prática de exercícios, e esses elementos estão intrinsecamente ligados ao campo da
saúde mental, além de desempenharem um papel importante no contexto dinâmico da
informação.
No âmbito do Patrimônio Histórico-Educativo, observa-se uma crescente pressão para
alocar recursos e desenvolver políticas públicas que atendam às necessidades de SM da
população. Isso inclui o acesso a serviços de SM de qualidade e o desenvolvimento de
estratégias de prevenção. Além disso, os avanços científicos estão contribuindo para o
desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e estratégias de intervenção na SM,
melhorando as opções de tratamento e promovendo uma compreensão mais profunda das
interações e desafios socioambientais e infotecnológicos.
No entanto, é importante ressaltar que essa temática enfrenta desafios de ordem
epistemológica (enquanto patrimônio humanístico e científico), que complicam as definições
conceituais e teóricas fundamentais para a SM no contexto da CI. Embora o debate esteja em
estágios iniciais, reconhece-se que o campo da CI se depara transições e transformações práticas
e interdisciplinares de pesquisa, ensino e cooperação. Isso a torna essencial no enquadramento
da Extensão Universitária e da Tranformação Digital para a construção de um discurso
aglutinador capaz de abranger de maneira profusa e coesa a complexidade e dinâmicas (de
identificação, preservação, valorização e divulgação) do patrimônio cultural da saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A SM está evoluindo em resposta a uma série de fatores, e essa transformação tem o
potencial de melhorar o acesso ao tratamento, reduzir o estigma e promover o bem-estar mental
de indivíduos e comunidades. Diante da identificação de indicadores diagnósticos e métricos
da informação, é possível constatar um movimento crescente dessa temática em torno de datas
efemérides relacionadas a campanhas de conscientização e diversas agendas voltadas para a
defesa dos direitos humanos.
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Nesse cenário dinâmico de informações, a abordagem da SM (na práticas socioculturais
em saúde ou comunicação e informação em saúde como direitos humanos) encontra um terreno
fértil nas práticas de mediação presentes em instituições formais e não formais de educação.
Assim, essa temática avança na segunda década do século XXI, integrando preocupações
essenciais presentes na Agenda 2030, um plano global de ação que abrange os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas. Essa agenda de sustentabilidade representa
um compromisso para promover o bem-estar das pessoas, do planeta e da prosperidade social.
Nesse sentido, o estudo procurou investigar o mero de artigos publicados sobre SM
na âmbito da CI, identificando um total de 60 artigos. Esse levantamento permitiu traçar um
panorama que engloba 24 periódicos indexados na Brapci e 202 pesquisadores ativos nesse
campo. No que diz respeito à colaboração entre autores, foi observado que a participação em
dupla ocorreu em 16 publicações indexadas e recuperadas na Brapci, representando um pouco
mais de 1/4 do conjunto de dados abrangendo o período de 2012 a 2022, com números
semelhantes para publicações que envolvem grupos de três pesquisadores.
É fundamental destacar a significativa contribuição de pesquisadores que, de forma
pioneira, se destacaram na produção de conhecimento sobre SM no âmbito da CI, no período
abordado por esta pesquisa. Entre eles, merecem destaque os seguintes nomes e seus respectivos
intituições: Arlinda Barbosa Moreno (pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Escola
Nacional de Saúde Pública), Daniella Camara Pizarro (docente Universidade do Estado de
Santa Catarina - UDESC), Ieda Pelogia Martins Damian (docente da Universidade de São Paulo
- USP), Mariana Bteshe (chefe da Unidade Docente Assistencial de Saúde Mental e Psicologia
Médica do Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPE, da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro - UERJ), Rafaela Carolina da Silva (docente na Universidade Estadual Paulista ‘Júlio
de Mesquita Filho’ - Unesp) e Ricardo De Lima Chagas (pesquisador no Laboratório de
Tecnologia e Inovação na Educação, Pesquisa e Extensão em Atenção Psicossocial e Drogas -
APIS, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC). Esses pesquisadores
desempenharam um papel fundamental na construção do conhecimento sobre a interseção entre
SM e CI, contribuindo significativamente para o avanço dessa área de estudo e, algumas
maneiras pelas quais eles ajudaram no debate da SM são:
Produção de Conhecimento: por meio de suas pesquisas, eles contribuíram para
a produção de conhecimento na interseção entre SM e CI. Isso envolveu a realização de estudos,
análises e investigações que forneceram insights valiosos sobre como a informação e a
tecnologia podem ser utilizadas para melhorar a compreensão, o tratamento e o suporte à saúde
mental.
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Desenvolvimento de Recursos: observa-se que são desenvolvido recursos, como
sistemas de informação, bancos de dados ou ferramentas de gerenciamento de informações, que
auxiliam na organização e disseminação de informações relevantes para a SM.
Sensibilização e Advocacy: alguns estudiosos são envolvido em atividades de
sensibilização e advocacia (visto que o adoecimento mental é um quesito tabu, reprimido
socialmente, à custa do mastodôntico estranhamento que reverbera no imaginário social),
tonifica o mérito da SM na CI e, propagandeando e alavancando políticas e práticas
informacionais que beneficiem as pessoas com problemas de SM e que também são as menos
propensas a receber serviços adequados (Paho, 2022).
Apoio à Tomada de Decisão: as pesquisas tem contribuído para políticas
públicas e a tomada de decisões informadas no campo da SM, ao se fornecer dados e evidências
que ajudam os profissionais de saúde e os responsáveis pelas políticas a desenvolver abordagens
mais eficazes para lidar com intervenções e do cuidado no território em SM.
Formação e Educação: alguns desses pesquisadores tem contribuído para a
formação e educação de profissionais da área da saúde mental, compartilhando seus
conhecimentos por meio de palestras (youtubers e a luta antimanicomial), workshops (ao
estabelecer, no processo comunicacional, fins de educação em SM ou prevenção do suicídio) e
demais publicações acadêmicas.
A temática tem melhor destaque quantitativo no ano de 2014 e 2018, onde sucedem
quatro produções relativas à temática, no entanto, verifica-se que ocorrem oscilações no ritmo
das publicações nos anos seguintes e o ano de 2016 não registra nenhum tipo de publicação
científica para a temática da SM. Em suma, a análise dos resultados evidencia a existência de
uma lacuna significativa de pesquisas na área da SM na CI. Diversos fatores podem estar
contribuindo para isso, incluindo a falta de incentivos por parte das instituições acadêmicas e
das agências financiadoras, a falta de capacitação dos pesquisadores para a
interdisciplinaridade, e a ausência de políticas blicas voltadas para a promoção da SM. É
necessário adotar medidas para estimular a pesquisa na área, incluindo a capacitação dos
pesquisadores e a adoção de políticas públicas e apoio financeiro para a realização de pesquisas
na área.
Os resultados deste estudo aguçam a aplicação da Lei de Lotka na literatura deSM, sem
ser obversa a noção convencional de que essa lei se aplica principalmente a disciplinas em que
os autores têm uma produção limitada de trabalhos. Embora mais de 80% dos autores tenham
publicado apenas um trabalho, e menos 20% publicam mais de um artigo, a análise revelou que
a Lei de Lotka se adequa à realidade da produção acadêmica em SM. Essa constatação vai de
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DOI: https://doi.org/10.20888/ridphe_r.v9i00.18457
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encontro à observação de Alvarado-Urbizagastegui (2008, 2009) sobre a obsolescência
crescente da literatura relacionada à Lei de Lotka.
Em relação ao gênero, é importante destacar que aproximadamente 7 em cada 10 autores
que contribuiram para a produção de artigos sobre Saúde Mental na área de Ciência da
Informação são mulheres. Dentre os 24 periódicos científicos analisados, a Revista Eletrônica
de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (RECIIS), editada pelo Instituto de
Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fiocruz desde 2007,
se destaca quantitativamente, apresentando 23 artigos relacionados à SM na CI. Esses artigos
estão distribuídos ao longo dos anos, com um em 2014 e um em 2020; dois em 2015, 2017 e
2018; três em 2012 e 2019; quatro em 2021; e cinco em 2022. Em suma, os resultados indicam
a imprescindibilidade de políticas públicas que incentivem a pesquisa na interseção entre SM e
CI, a fim de ampliar as discussões e interfaces sobre esse tema. Isso pode favorecer
significativamentea via da conscientização, especialmente durante campanhas como o 'Janeiro
Branco', e para estimular a atuação não apenas dos profissionais de saúde, mas de profissionais
de todas as áreas, além de conscientizar a sociedade em geral. Essas ações desempenham um
papel precípuo na promoção de mudanças e melhorias nesse cenário e nas práticas relacionadas
à SM.
Ao analisar o Painel DGP, nota-se que o uso do descritor ‘Saúde Mental’ ainda é
limitado nas linhas de pesquisa da CI no Brasil. É relevante ressaltar que a presença constante
de atividades de pesquisa em uma Instituição de Ensino Superior (IES) é uma condição prévia
para sua inclusão no DGP, e não o contrário. Isso sugere a necessidade de fomentar e promover
pesquisas relacionadas à SM dentro da CI para expandir o conhecimento nessa área.
Grosso modo, a SM na CI ainda está em um estágio incipiente de desenvolvimento e
tem potencial para medrar por meio de um debate sobre sua identidade, memória, desafios e
interconexões. Para isso, é fundamental que a SM na CI seja abordada de maneira reflexiva e
corajosa, contribuindo para a transparência e democratização do conhecimento, especialmente
no contexto dos direitos humanos. Esse processo requer um diálogo interdisciplinar contínuo e
inclusivo, que abranja diferentes contextos geográficos, históricos, patrimoniais e segmentos
sociais. Destarte, a proposta é construir uma ubertosa rede de estudo em SM no Brasil,
considerando suas diversas dimensões e consequências, e não apenas reproduzir o que já é feito
em outros lugares mas incluir foco para a questão da Educação em Saúde. Isto é de fato um
caminho desafiador, mas é necessário para se avançar na compreensão e no enfrentamento das
questões relacionadas à SM no dinâmico âmbito (ações e programas) da Comunicação e
Informação.
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Rev. Iberoam. Patrim. Histórico-Educativo, Campinas (SP), v. 9, p. 1-26, e023019, 2023.
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