O caminhante, frente a uma vontade de iniciar sua jornada, sente a necessidade de traçar
uma rota, um trajeto que lhe permite dirimir algumas angústias e dúvidas, possibilitando uma
caminhada menos turbulenta e com poucos percalços. Nesse sentido, o processo de realizar um
“estado do conhecimento” é um caminho que se faz, desfaz e refaz, caminhando [pesquisando].
“Estado do conhecimento” é um recurso utilizado em pesquisas para que o pesquisador
conheça a realidade da área que irá pesquisar, assim, é utilizado no começo da pesquisa,
principalmente no projeto. Dessa forma, funciona como uma primeira aproximação entre o
pesquisador e a temática, por meio de um levantamento bibliográfico. Para Ferreira (2002, p.
258) o “estado do conhecimento” procura mapear e discutir as publicações acadêmicas,
“tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em
diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido produzidas”. Ou seja,
é uma ferramenta com o objetivo de inventariar e sistematizar a produção acadêmica de
determinada área do conhecimento e assim, auxiliar na compreensão do que vem sendo
pesquisado ou não nos últimos anos nas áreas, contribuindo com diferentes olhares sobre a
temática.
Dessa forma, permite ao pesquisador tanto observar o que é comumente utilizado e pode
auxiliar em seu processo, quanto às metodologias e objetos que ainda não foram explorados na
sua área. Segundo Romanowski e Ens (2006, p. 39), o “estado do conhecimento” funciona como
um balanço que “possibilita contribuir com a organização e análise na definição de um campo,
uma área, além de indicar possíveis contribuições da pesquisa para com as rupturas sociais”.
Assim, esta ferramenta pode contribuir com dois âmbitos: mostrar o que já foi feito e o que
ainda não foi feito. Soares (2000, p. 9) destaca que as pesquisas com esse foco são recentes no
Brasil, mas são importantes pois, “podem conduzir à plena compreensão do estado atingido
pelo conhecimento a respeito de determinado tema sua amplitude, tendências teóricas, vertentes
metodológicas”.
É preciso, entretanto, diferenciar “estado da arte” e “estado do conhecimento”. Para
Romanowski e Ens (2006) a realização de um “estado da arte” significa buscar diferentes
produções acadêmicas como artigos, livros, dissertações, teses e trabalhos apresentados em
eventos sobre a temática. Já, para um “estado do conhecimento”, o pesquisador realiza suas
buscas em uma das categorias de produções, como os artigos em periódicos, por exemplo.
Entretanto, escolher uma categoria de produções, apesar de diminuir o montante de trabalhos,
não diminui a importância do recurso como revelador de práticas, metodologias, temáticas e,
por vezes, paradigmas.
Segundo Ferreira (2002), as motivações do pesquisador em produzir um “estado do