destes jovens punks tornaram-se professores universitários, realimentando o ciclo de formação
de gerações no CCS.
Em 1988, as palestras e debates envolviam temáticas que vinham sendo discutidas pela
sociedade, como direitos humanos, violência contra a mulher, antissemitismo, o negro no
Brasil, violência contra minorias étnicas, lutas pela moradia, cidadania e teologia da libertação.
Não deixaram de ocupar espaço entre as palestras e discussões, temas relacionados à história e
memória do movimento anarquista.
Em 1989, os temas debatidos foram a educação libertária, autodidatismo, meio
ambiente, ecologia, Direitos Humanos, voto, cidadania, literatura, feminismo, Revolução
Francesa e anarcossindicalismo. Para Michele Tito, o Centro de Cultura se renovou, na década
de 1980:
O CCS ampliou o seu espaço de militância e estabeleceu uma aproximação
com o meio universitário que perdura até os dias de hoje. Na década de 1980,
o Movimento Anarquista se revitalizou, pois muitos jovens buscavam práticas
políticas que fugissem do marxismo ortodoxo, sisudo, que predominava nas
universidades. (TITO, 2010, p. 42).
Na década de 1990, destacaram-se temas mais diretamente relacionados ao anarquismo,
como: história do anarquismo, anarcossindicalismo, socialismo, teatro libertário, educação
libertária, Escolas Modernas, Francisco Ferrer, Comuna de Paris, Revolução Espanhola, Guerra
Civil Espanhola, Greve de 1917, Revolução Russa, história do Centro de Cultura Social,
esperanto, autogestão e ajuda mútua. Foram organizadas também discussões sobre autores
clássicos do anarquismo, como Pierre J. Proudhon (1809-1865) e Piotr Kropotkin (1842-1921).
Foram realizadas palestras de temáticas mais diversificadas, mas com uma perspectiva
libertária como: movimento Punk, meios de comunicação de massa, cidadania, desemprego,
racismo, militarismo, adolescência, aborto, lesbianismo, homossexualidade, transsexualidade,
violência contra a mulher, violência urbana, violência no campo, Pedagogia Freinet,
Somaterapia, abolicionismo penal e capoeira. Após a realização das palestras, proferidas por
militantes, professores universitários e pesquisadores, eram realizados (e ainda são) calorosos
debates junto ao público. Além das tradicionais palestras, houve também a apresentação de
peças teatrais e exibição de filmes.
Em 1998, o Centro de Cultura Social perdeu muitos de seus destacados integrantes,
como Jaime Cubero, Antônio Martinez e Maurício Tragtenberg. No ano seguinte, a
programação foi marcada por homenagens a estes companheiros. Jaime Cubero sempre foi visto
como uma pessoa agregadora, capaz de dialogar com diferentes grupos que frequentam o CCS.