Em nossa escola, [...] estamos introduzindo aos poucos os métodos ativos,
com algumas modificações ditadas não só pela obediência à atual legislação
escolar, bem como pelo respeito a certas realidades do nosso meio
educacional, com o objetivo principal de proporcionar ao aluno uma aquisição
de conhecimentos de conjunto, à base de experiência pessoal, a fim de
prepará-lo para as lutas da vida moderna. Para tanto, nas cadeiras cujos
professores se dispuseram a adotar esses princípios, estamos dando a seguinte
orientação: divisão dos alunos em equipes de trabalho; estudo do meio
humano e natural, e a instituição, na classe, de centros de interesses para
melhorar a entrosagem das diversas cadeiras do currículo, servindo-se os
alunos principalmente das cadeiras de desenho e Trabalhos Manuais para
ilustrações e demonstrações de seu aproveitamento (ENSINO E
MAGISTÉRIO, 1956, s.p.).
Na prática, esse método foi inserido de forma moderada, com modificações limitadas
pela legislação escolar vigente. Diante disso, os exercícios do ensino tradicional não foram, de
imediato, abolidos, sendo, a dita liberdade pedagógica, segundo palavras do próprio educador,
“limitada pelo bom senso”. Contudo, os princípios pedagógicos evidenciavam-se renovadores
e colocavam o aluno no centro do trabalho educativo, conforme registrado por Strenger:
i) para aprender, seria preciso fazer e não somente ouvir e decorar, a exemplo
das crianças, que preferem fazer os próprios brinquedos;
ii) os alunos deveriam deixar de ser um número para ser um nome na classe;
iii) os alunos deveriam ter o seu papel na classe como o indivíduo na
sociedade;
iv) os alunos deveriam sentir a sensação da descoberta pessoal;
v) os alunos deveriam servir-se, principalmente, das cadeiras de Desenho e
Trabalhos Manuais para ilustrações e demonstração de seu
aproveitamento;
vi) deveria operar-se pela divisão da classe em Equipes de Trabalho;
vii) deveria praticar-se Estudo do Meio Humano e Natural; e
viii) deveriam instituir, na classe, Centros de Interesse para melhor
entrosamento das diversas cadeiras de Curriculum (STRENGER, 195-?, p.
3).
Promoveu-se, a partir desses princípios, uma dinâmica diferenciada para o
planejamento das aulas, a partir da qual o conteúdo deveria contar com contribuições pessoais
dos alunos, sempre com maior enfoque em aspectos que pudessem contribuir para a formação
de sua inteligência e caráter. Além disso, expandiu-se a jornada para tempo integral, tanto para
alunos quanto professores, o que, por si só, representava um avanço muitíssimo significativo,
sobretudo se considerado o objetivo de melhor ou maior aproximação com o aluno. Nesse
contexto, a fala de Luis Contier é bastante ilustrativa:
É preciso conhecer melhor o aluno, para melhor orientá-lo. A escola moderna
tem a responsabilidade não só de instruir, mas também de educar, função que
há tempos cabia exclusivamente à família. A formação do caráter é tão
importante quanto a da inteligência (CONTIER apud STRENGER, 195-?, p.
2).