Reale, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Oracy Nogueira, Perseu Abramo, Darci Ribeiro, entre
outros. Especificamente do campo educacional, notadamente do Departamento de Educação da
FFCL-USP: Maria José Garcia Werebe, Joel Martins, Carlos Corrêa Mascaro, Moisés Brejon,
Ofelia Boisson, Laerte Ramos de Carvalho, entre outros.
Como se observa, os nomes indicam a pluralidade dos signatários, fosse em termos de
áreas de atuação universitária, fosse em termos de posicionamento político. Nesse sentido, é
um efetivamente marco histórico na defesa da escola pública como direito, especialmente com
os princípios ali defendidos: gratuita, para todos e todas, única, integral, laica.
No que tange ao tema aqui desenvolvido, além do fato de Júlio Mesquita Filho ser
signatário dos dois manifestos, indicando o grau de engajamento na causa, o Estadão dedicou
grande atenção em páginas e páginas de muitas edições, não apenas na divulgação do Manifesto
de 1959, quando especialmente do que o sucedeu, qual seja, a Campanha em Defesa da Escola
Pública.
Relatos, no início dos anos 1970, em sala de aula da FEUSP, de docentes que
participaram da Campanha, demonstravam o entusiasmo que ainda sentiam em relação a um
movimento que os e as levara pelo Brasil, nos mais diversos rincões, para além do meio
acadêmico que lhes era habitual, para seguirem em direção ao trabalhador do campo, a
populações interioranas, sindicatos, grêmios estudantis e, evidentemente, no meio político. Os
“causos” que narravam traziam, muitas vezes, as dificuldades que haviam sentido quanto à
linguagem apropriada para cada meio cultural, desacostumados que estavam, muitos deles, a
expor ideias e reflexões fora do meio acadêmico. Se esse era o sentido de se tratar de uma
“campanha”, de expandir a audiência, ao mesmo tempo trouxe para muitos, como relatavam, a
percepção da relevância de utilizar linguagem acessível como questão ética e como cuidado
para repercutir uma mensagem que, se era nascida no meio acadêmico como proposta, dizia
respeito para muito além dali.
A volumosa, diversificada e relevante produção de escritos vinculada à Campanha em
Defesa da Escola Pública e publicada no jornal O Estado de S. Paulo, como debate, divulgação
e formação de opinião pública, foi organizada, em uma coletânea, por Roque Spencer Maciel
de Barros, que atuava, então, no jornal, como colaborador e editorialista, ao mesmo tempo que
era, então, o professor livre docente da Cadeira de História e Filosofia da Educação, da FFCL,
da qual Laerte Ramos de Carvalho era catedrático, além de igualmente colaborador do Estadão,
fatos esses já mencionados.
A mencionada coletânea (BARROS, 1960) constitui material de consulta obrigatória
para se compreender tão relevante acontecimento, que não permite simplificações. Há, entre