• Toda história tem valor. A história de cada pessoa ou grupo é única, tem
valor e merece ser preservada e conhecida. Não há histórias melhores ou
piores, nem mais ou menos importantes.
• O uso das narrativas históricas faz parte do cotidiano. A história produzida
merece ser preservada para as futuras gerações, mas só é preservado o que tem
sentido social. Integrado ao dia a dia presente, de forma acessível e útil, o
registro e o uso das histórias se perpetua. Tão importante quanto contar uma
história é fazer com que seja ouvida e usada.
• O que é produzido socialmente deve ser apropriado pela sociedade. A
história de cada um diz respeito à história de toda a sociedade. Deve-se
garantir o acesso público e o amplo uso das narrativas históricas.
• A articulação das histórias contribui para uma nova memória social.
Articuladas, as narrativas produzidas por diferentes indivíduos, grupos e
instituições tecem uma nova memória social, plural e democrática. (MUSEU
DA PESSOA, 2009, p. 13-14).
Tendo os destaques acima como princípios norteadores foi concebida, com o advento
da pandemia de Covid-19, a subcoleção Afetividades Sonoras. Com a doença, causada pelo
vírus SARS-CoV-2 ou Novo Coronavírus, a humanidade soma aos impactos no gerenciamento
da saúde pública desdobramentos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos de
implicações profundas. Medidas de distanciamento e isolamento social foram adotadas em
escala global, o que atingiu diretamente o sistema educacional:
Dentre os problemas sociais causados pela pandemia, o sistema educacional
merece destaque, uma vez que, em função desta pandemia, o direito à
educação tem sido abruptamente privado dos estudantes em seus mais
diversos níveis de ensino, pois assim como toda a sociedade, a efeito das
políticas públicas de saúde adotadas no país, estão em período de
distanciamento social, evitando qualquer tipo de aglomeração, como a
principal medida para reduzir o contágio pelo vírus [...]. Por se tratar de uma
pandemia onde todos os atores sociais são atingidos, a busca por inovação
aliado a criatividade são fatores fundamentais para o enfrentamento dos
diversos problemas, que este novo cenário nos propicia. [...] Dessa forma, a
universidade participa como agente de transformação, tendo como base o
conhecimento gerado dentro da academia. [...] (COSTA et. al., 2020, p. 126-
127).
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) paralisou parte significativa de
suas atividades em março de 2020, posteriormente sendo adotado o ensino remoto emergencial
(ERE). Naquele momento, sem ter a dimensão das consequências da doença, todos acreditavam
em um retorno presencial em curto prazo. O impacto da Covid-19 ainda se faz presente, no
momento da escrita desse texto a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que estamos
entrando em uma quarta onda da pandemia do novo coronavírus (VALENTE, 2021). É fato que
o vírus ainda se perpetua com variantes mais transmissíveis. Sentimentos como impotência e
desesperança, solidão, ansiedade, estresse e medo alertam para a necessidade de cuidados com