ISSN 2447-746X Ridphe_R
DOI: 10.20888/ridpher.v7i00.13691
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Rev. Iberoam. Patrim. Histórico-Educativo, Campinas (SP), v. 7, p. 1-22, e021004, 2021.
O Instituto Borges de Artes e Ofícios (IBAO) foi organizado em Itu pela Irmandade da
Santa Casa de Misericórdia de Itu, em 28 de outubro de 1924, sendo instalado no edifício projetado
por Ramos e Azevedo e seu escritório. Inicialmente funcionou com a formação de marcenaria e
carpintaria, contudo, ao longo do tempo, formou tecnicamente inúmeros jovens em diversas áreas.
Por meio de nossa pesquisa sobre a aquisição destes acervos, encontramos no Serviço de
Objetos do Museu Paulista que, em 24 de abril de 1991, o Instituto Borges de Artes e Ofícios
ofereceu ao Museu Paulista da Universidade de São Paulo 189 (cento e oitenta e nove) peças,
correspondentes a instrumentos de marcenaria, carpintaria, mecânica, barro e cerâmica que
pertenceram ao instituto, em caráter definitivo. Os objetos foram doados, acompanhados de carta
de doação, assinada pela coordenadora pedagógica e direcionada ao diretor do museu, professor
Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses.
Em ofício de agradecimento, datado de 27 de maio de 1991, Meneses acusa o recebimento
da carta de doação “atendendo a solicitação nossa, a Santa Casa de Misericórdia de Itu informa que
decidiu doar ao Museu Paulista da Universidade de São Paulo as ferramentas em duplicatas, em
depósito no Instituto Borges de Artes e Ofícios – IBAO, de que a Santa Casa é mantenedora”.
(Ofício de agradecimento da doação. Acervo do Museu Paulista da USP).
Continuando o ofício, destaca o significado destes objetos para o museu de história, ou
seja, “Trata-se de colaboração do mais alto sentido, que trará enormes benefícios para o
desenvolvimento de uma de nossas áreas prioritárias de atuação (O Universo do trabalho) e que
representa honrosa confiança de V. Sas nesta instituição.” (Ofício de agradecimento da doação.
Acervo Museu Paulista).
Nos fragmentos, o historiador e diretor do museu deixa documentar a articulação e o
interesse inicial do museu pelo acervo, no momento em que se implantavam as linhas de pesquisas:
história do trabalho, história cotidiano e sociedade, história do imaginário. Assim, o museu
estruturava-se como produtor de conhecimento sobre a sociedade, a partir do estudo da cultura
material.
Doados na década de 90 ao Museu Paulista e conservado no Ipiranga, ao integrar esta
mostra, estes acervos foram primeiramente apresentados em exposição na cidade de Itu, próximos
dos estudantes e da comunidade que os utilizaram.