Letras, criada a partir do Decreto 52.326 de 1969, que aprovava o Estatuto da
Universidade de São Paulo. (São Paulo, 1969, p. 242). (VIDAL; BONTEMPI
JR.; SALVADORI, 2016, p. 1431)
Assim, a área de Administração Escolar e Educação Comparada engendrou o
Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação (EDA) (separando-se deste
a disciplina de Educação Comparada, que veio a se integrar ao EDM); de Metodologia Geral
do Ensino surgiu o Departamento de Metodologia Geral de Ensino e Educação Comparada
(EDM); e da área de História e Filosofia da Educação resultou o Departamento de Filosofia da
Educação e Ciências da Educação (EDF) (SANTOS, 2015, p. 181). Nesses moldes, criada
formalmente pelo decreto supra, de 16 de dezembro de 1969, cuja promulgação resultou dos
efeitos produzidos pela Reforma do Ensino Superior (Lei 5.540, de 28 de novembro de 1968),
nascia a Faculdade de Educação, a qual principia suas atividades em 1º de janeiro de 1970.
Penin e Souza (2010) assinalaram que a reforma universitária que levou à criação da
Feusp trazia em seu bojo a intencionalidade de organizar um currículo de matiz mais técnica,
“[...] isolando as demandas da educação fundamental das demandas da universidade como um
todo” (PENIN; SOUZA, 2010, p. 19). Ainda conforme as autoras, “[...] a rápida expansão do
ensino superior privado e o freio colocado sobre o crescimento das universidades públicas
tentaram desarticular a relação entre a formação de pesquisadores e a formação de professores”
(idem, p. 19). O enfrentamento a essas duas disjuntivas atravessou a história da Faculdade de
Educação nesses pouco mais de 50 anos de vida. A organização do curso, os itinerários
formativos, o fortalecimento institucional da pesquisa – obtido com a criação do Programa de
Pós-graduação, em 1971 –, a interlocução com outras unidades de ensino na própria USP, com
outras instituições de ensino superior e com atores variados do campo educacional, o
movimento estudantil e as demandas postas pelas necessidades de formação e qualificação
docente, em perspectiva diacrônica, são outros temas que regularmente comparecem nas
tentativas de se debruçar sobre a história da Feusp. No exercício que segue, espécie de exegese
sobre a reelaboração de alguns desses temas por parte de ex-alunos e ex-alunas da instituição e
atualmente docentes na casa, lançamo-nos ao empreendimento de inteligir a propósito de como
as memórias estudantis acionam a verve analítica na reconfiguração dos itinerários individuais
e destes em conexão com a faculdade e, em função das circunstâncias, em comércio também
com aspectos mais gerais do desenvolvimento das ciências da educação, da formação docente,
do movimento estudantil e da política educacional.