a gestão da professora Tizuko Kishimoto são resgatados em pesquisas sobre a história
institucional e a constituição do acervo, essenciais para a curadoria das exposições e a criação
de ações educativas e de comunicação.
Os desafios de gestão do MEB compreendem tanto a continuidade das ações anteriores,
quanto a criação de novos projetos e definições da missão do museu de acordo com as linhas
de atuação da atual coordenação. Soma-se a esse contexto histórico, os desafios constantes de
gestão de um museu universitário. Como já apontava Warhust (1986), na década de 1980, os
museus universitários enfrentam dificuldades que começam com o desafio de identificar o que
é um museu. A seu ver, esses museus enfrentam três crises: de identidade e propósito; de
reconhecimento e de recursos. Estes desafios não são diferentes na Universidade de São Paulo,
pois ora esses espaços são caracteriados como acervos, ora como museus, especialmente
quando realizam todas as etapas da cadeia museológica voltadas a coleta, salvaguarda, pesquisa
e extroversão.
Como aponta Marandino (2001), existe a dificuldade de uma classificação dos museus
existentes na Universidade de São Paulo - USP, o que impõe uma série de desafios para as
políticas de extensão universitária. Os acervos museológicos da USP foram crescendo
lentamente e de forma simultânea à alteração conceitual que os museus sofreram a partir da
década de 70, retirando-lhes os aspectos de espaços sacralizados e fortalecendo o papel
educativo dessas instituições (ABREU, 1999). A USP possui quatro museus estatutários
definidos como órgãos de integração - o Museu Paulista, o Museu de Zoologia, o Museu de
Arqueologia e Etnologia e o Museu de Arte Contemporânea (BRANDÃO, 2007), estabelecidos
pelo Estatuto vigente da Universidade de São Paulo publicado em 1988.
Marandino (2001) identificou, ainda no início do século XXI, a existência de um
conjunto bastante diversificado de coleções de natureza científica, cultural e artística, com
papéis distintos nos processos de ensino, pesquisa e extensão de acordo com a unidade onde
encontra-se sediado, a partir de publicações disponíveis e de um levantamento feito junto à
então Comissão de Patrimônio Cultural da USP. Esta comissão deu lugar, em 2002, ao Centro
de Preservação Cultural da USP, o CPC, que desde 2004 ocupa o imóvel tombado a Casa de
Dona Yayá, no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Em 2018, o CPC produziu o Guia de Museus
e Acervos da USP com o objetivo de reconhecer e divulgar o patrimônio uspiano distribuído
pelo Estado de São Paulo, retratando o conhecimento e a cultura produzidos no âmbito da
Universidade. São 45 unidades de acervos ou centros de divulgação científica e cultural
acessíveis ao público, e o guia encontra-se disponível em: