ISSN 2447-746X Ridphe_R
DOI: 10.20888/ridpher.v7i00.13691
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Rev. Iberoam. Patrim. Histórico-Educativo, Campinas (SP), v. 7, p. 1-22, e021004, 2021.
Cabe destacar que somente em 2006 uma profissional foi contratada especialmente para
organizar o serviço educativo da instituição.
Considera-se a educação em museus um campo de conhecimento em construção, podendo
ser compreendido a partir do campo da educação não formal. Segundo Jaume Trilha, a educação
não formal consiste em toda aquela mediada pela relação ensino-aprendizagem, tem forma, assume
e desenvolve metodologias com procedimentos e ações diferenciadas das adotadas nos sistemas
formais e, estruturalmente, não tem uma legislação nacional que a regule e incida sobre ela.
Atuando a partir de programas, propostas e projetos, mas organizam-se e estruturam-se com
inúmeros diferenciais (TRILHA, 1996).
Neste sentido, esta pesquisa pode colaborar com a compreensão das potencialidades dos
acervos escolares, produzidos nos espaços formais de educação, podem ser mobilizados em museus
de história.
Entre 2006 e 2007 foram realizados estudos sobre o público do museu para que o serviço
fosse organizado. Neste momento, foi apontado a pouca presença dos estudantes locais entre os
visitantes do museu. Desta forma, iniciou-se o serviço educativo, retomando a relação entre o
museu e o os estudantes da cidade, em especial, as escolas localizadas na área envoltória do museu.
Cabe lembrar que o Museu Republicano está localizado no Centro Histórico da cidade de Itu,
formado aproximadamente por 240 imóveis.
Logo, a partir de 2008, foram centralizadas as ações junto às escolas próximas ao museu,
desenvolvendo atividades dentro das instituições de ensino formais e organizando projetos
multidisciplinares de extensão universitária. Destaca-se que neste momento passamos a nos valer
dos acervos escolares como possibilidade de aproximação entre o público e o museu, considerando
estes acervos ricos no entendimento da sociedade a partir da história do cotidiano e do trabalho.
Cabe advertir que o professor Ulpiano Bezerra de Meneses, no artigo “A cidade como bem cultural:
áreas envoltórias e outros dilemas, equívocos e alcance da preservação do patrimônio ambiental
urbano”, ressaltou que as relações do cotidiano e do trabalho não foram abordadas enquanto
patrimônios durante um longo período pelas instituições brasileiras de preservação (IPHAN, 2006).