Banner Portal
Legados do mangue
PDF

Palavras-chave

Manguebeat
Hibridismo
Cultura popular
Hierarquias simbólicas

Como Citar

MENDONÇA, Luciana Ferreira Moura. Legados do mangue: o manguebeat e as transformações nas hierarquias simbólicas. Música Popular em Revista, Campinas, SP, v. 6, n. 2, p. 72–94, 2019. DOI: 10.20396/muspop.v6i2.13162. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/muspop/article/view/13162. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo central descrever e analisar o impacto da cena manguebeat, de Recife, Pernambuco, sobre as hierarquias simbólicas locais e, de modo mais geral, para as representações sobre música e identidades pernambucanas. Para tanto, procura-se esquadrinhar os principais elementos do movimento em seu processo de desenvolvimento e, por meio de uma “descrição densa”, traçar os legados que deixou para as relações com as expressões populares locais de viés “tradicional”. Conclui-se que, embora exista uma grande inércia em relação às hierarquias simbólicas legitimadas e reproduzidas, ações criativas em sintonia com processos mais globais de modificação do lugar da cultura no mundo contemporâneo podem conduzir a uma mudança também em relação à valorização das tradições populares.

https://doi.org/10.20396/muspop.v6i2.13162
PDF

Referências

BECKER, Howard. Art Worlds. Los Angeles: University of California Press, 1984.

BURKE, Peter. Hibridismo cultural. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2003.

CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas. São Paulo: Edusp, 1997.

______. Diferentes, desiguais e desconectados: mapas da interculturalidade. Rio de Janeiro, Ed. UFRJ, 2009.

CADERNOS DE LITERATURA BRASILEIRA: Ariano Suassuna. São Paulo: Instituto Moreira Sales, n. 10, nov. 2000.

CROOK, Larry. Turned-around beat: maracatu de baque virado and Chico Science. In: PERRONE, C. A.; DUNN, C.. Brazilian popular music and globalization. New York: Routledge, 2001, p. 233-244.

CRUZ, Leonardo R. da. Os novos modelos de negócio da música digital e a economia da atenção. Revista Crítica de Ciências Sociais, 109, 2016, p. 203-228.

DÁVILA, Sérgio. Caranguejos com cérebro. Revista da Folha, 31 jul. 1984. Disponível em: https://acervo.folha.com.br/leitor.do?numero=12501&keyword=caranguejos%2Cc%C3%A9rebro&anchor=5644467&origem=busca&pd=73eba17528a1553bda1728e8cfa911b4 . Acesso em: 12 mai. 2018.

FAVARETTO, Celso Fernando. Tropicália – Alegoria, alegria. 2 ed., São Paulo: Ateliê, 1996.

GALINSKY, Philip. Maracatu Atômico: tradition, modernity and postmodernity in the mangue movement. 1999. Tese (Doutorado em Etnomusicologia) – Wesleyan University, Middletown; Connecticut, 1999.

HALL, Stuart. Notas sobre a desconstrução do “popular”. In: SOVIK, Liv (Org.). Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003, p. 247-264.

KISCHINHEVSKY, Marcelo et al. Em busca da música infinita: os serviços de streaming e os conflitos de interesse no mercado de conteúdos digitais. Revista Fronteiras. Estudos Midiáticos, 17(3), 2015, p. 302-311.

LEÃO, Carolina Carneiro. A maravilha mutante. Batuque, sampler e pop no Recife dos anos 90. 2002. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2002.

LIMA, Ivaldo Marciano de França. Maracatus do Recife: novas considerações sob o olhar dos tempos. Recife: Edições Bagaço, 2012.

LIRA, Paula de Vasconcelos. Uma antena parabólica enfiada na lama: ensaio de diálogo complexo com o imaginário do MangueBit. 2000. Dissertação (Mestrado em Antropologia Cultural – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2000.

___________. A Grande Serpente - Poéticas da Criação no MangueBit (Movimento MangueBit). Recife: Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, 2014.

MENDONÇA, Luciana F. M. The local and the global in popular music. The Brazilian music industry, local culture, and public policies. In: CRANE, Diana; KAWASHIMA, Nobuco; KAWASAKI, Ken’ichi (Eds.). Global culture. Media, arts, policy and globalization. New York: Routledge, 2002, p. 105-117.

______. Do mangue para o mundo: o local e o global na produção e recepção da música popular brasileira. 2004. Tese (Doutorado) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Unicamp, Campinas, 2004.

_______. Culturas populares e identificações emergentes: reflexões a partir do manguebeat e de expressões musicais brasileiras contemporâneas. Revista Crítica de Ciências Sociais, 82, p. 85-109.

MESQUITA, Mariana; MUTA, Juliana. A estrela de Lia brilha pelo mundo, mas se apaga em Pernambuco. Folha de Pernambuco, 25 nov. 2018. Disponível em: https://www.folhape.com.br/diversao/diversao/musica/2018/11/25/NWS,8849 0,71,581,DIVERSAO,2330-A-ESTRELA-LIA-BRILHA-PELO-MUNDO-MAS-APAGAPERNAMBUCO.aspx. Acesso em: 11 jan. 2019.

MIRA, Maria Celeste. Metrópole, tradição e mediação cultural: reflexões a partir da experiência dos grupos recriadores de maracatu na cidade de São Paulo. Mediações, v. 19 n. 2, p. 185-204, jul./dez. 2014.

NAPOLITANO, Marcos; WASSERMAN, Maria Clara. Desde que o samba é samba: a questão das origens no debate historiográfico sobre a música popular brasileira. Revista Brasileira de História, 20(39), 2000, p.167-189.

NOGUEIRA, Bruno P. Reação em Cadeia: transformações na indústria da música no Brasil após a internet. Porto Alegre: Simplíssimo, 2013. (edição digital)

O ESTADO DE SÃO PAULO. Manguebeat, 20 anos. Caderno Especial. 2014. Disponível em: http://infograficos.estadao.com.br/especiais/20-anosmanguebeat/index.html. Acesso em: 27 ago. 2018.

ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PASSOS, Paula. Entrevista – Siba Veloso. Continente Multicultural, Ano XIX, n. 221, mai. 2019, p. 4-15.

RENATO L. Mangue não é fusão, entrevista a Adelson Luna. Disponível em: https://www.interdependente.com/2017/08/memoria-renato-l-mangue-nao-e-fusao.html. Acesso em: 20 jul. 2018.

SANDRONI, Carlos. Adeus à MPB. In: Berenice Cavalcanti; Heloísa Starling; José Eisenberg. (Org.). Decantando a República: inventário histórico e político da canção popular moderna brasileira. v. 1 Outras conversas sobre os jeitos da canção. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004, p. 23-35.

SANDRONI, Carlos. O mangue e o mundo: notas sobre a globalização musical em Pernambuco. Claves, n. 7, 2009, p. 63-70.

SHARP, Daniel (2001): A Satellite Dish in the Shantytown Swamps: musical hybridity in the ‘new scene’ of Recife, Pernambuco, Brasil. 2001. Dissertação (Mestrado) – Texas University, Departamento de Musicologia, Austin, 2001.

SILVA, Nadilson M. da. Globalização e diversidade cultural: o caso do manguebeat na música brasileira contemporânea. Estudos de Sociologia, v. 9, n. 2, 2014.

SPRING, Ken. Behind the rave: structure and agency in a rave scene. In: BENNETT, Andy e PETERSON, Richard (Eds.). Music scenes. Local, translocal, and virtual. Nashville: Vanderbilt University Press, 2004. p. 48-63.

SANCHES, Pedro Alexandre. Nação Zumbi tenta acender de novo a cena de Recife. Folha de São Paulo, 04 out. 2002.

STRAW, Will. Systems of articulation, logics of change: communities and scenes in popular music. Cultural Studies, 53, p. 368-388, 1991.

TELES, José. Do frevo ao manguebeat. São Paulo: Editora 34, 2000. VARGAS, Heron. Hibridismo Musicais de Chico Science e Nação Zumbi. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2007.

WISNIK, José Miguel. Música, problema intelectual e político. Entrevista a Ozeas Duarte e Paulo Baía. Teoria & Debate. São Paulo, n. 35, jul./ago./set., 1997.

ZERO QUATRO, Fred. Vivemos a longa era da pilhagem. Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado de Pernambuco, ano XI, jan./fev., 1998, p. 31.

A publicação Música Popular em Revista em sua obra adota e está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.