Resumo
Introdução: Nota-se nas últimas décadas um crescimento significativo da presença feminina no âmbito universitário porém, observamos uma grande disparidade entre os gêneros em algumas áreas do conhecimento, bem como ocupação de cargos de chefia. Tal disparidade também pode ser notada no que tange a dedicação do corpo docente ao chamado ¨tripé universitário¨, composto pelas ações de ensino, pesquisa e extensão. Objetivo: O presente artigo busca compreender tal disparidade de gênero na extensão universitária no campo da saúde, em especial nas ações de extensão que tratam das Práticas Integrativas e Complementares. Metodologia: Considerando os objetivos estabelecidos parte-se de uma análise quantitativa descritiva do conjunto das ações de extensão em saúde submetidas e aprovadas junto ao ProExt/MEC durante seu período de vigência (2010-2016). Em um segundo momento são analisados os currículos das/dos docentes coordenadoras/es de tais ações procurando traçar um perfil da carreira de tais atores(experiência com: extensão, projetos de pesquisa, publicações, etc). Por fim, tais resultados quantitativos são discutidos tomando como base o referencial teórico relacionando-os com a teoria do ¨"teto de vidro". Discussão: O teto de vidro se apresenta no âmbito universitário restringindo o acesso das mulheres a cargos de chefia, prestígio social e tomadas de decisão. Observou-se ainda que são as docentes do gênero feminino que são majoritariamente as responsáveis pelas ações de extensão em saúde e que ao contrário de seus colegas do gênero masculino a relação com a extensão é orgânica e duradoura.
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