Resumo
O presente artigo visa a discutir o conceito de parataxe, que foi largamente utilizado por estudiosos da História da Arte e da Literatura para definir a estrutura dispositiva de algumas obras da Antigüidade greco-romana. Porém, o termo, sincronicamente tomado, é estranho ao período, configurando certo anacronismo. Seu uso sistemático, assim, nos leva, erradamente, a crer que a parataxe pertence ao vocabulário teórico da poesia, da pintura, da gramática ou da retórica, o que é inconsistente. Contudo, o mesmo uso seria autorizado, se houvesse entre os modernos consenso sobre o significado, o que não ocorre. Dessa forma, se, de um lado, a teorização antiga – gramatical, poética ou retórica – não nos dá a chave do uso e, de outro, a modernidade não colabora com a precisão de sentido, a aplicação do conceito gera dúvidas na hermenêutica do objeto analisado. Nosso intuito, portanto, é delimitar o conceito modernamente e aplicá-lo na observação de algumas imagens da Antigüidade.
Referências
ABRAHAM, W. – Diccionario de la Terminologia Lingüística. Madrid.1961.
BANDINELLI, R. B. – Roma; Arte Romana nel centro del Podere. Milano. 1988.
BECHARA, E. – Moderna Gramática Portuguesa. São Paulo. 1972.
BIBLIA SACRA – Iusta Vulgatam Clementinam. Matriti. 1959.
BIBLIA DE JERUSALÉM – São Paulo: Edições Paulinas.1986.
CARRETER, F.L. – Diccionario de Términos Filológicos. Madrid. 1974.
CUNHA, C. et CINTRA,L. – Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio deJaneiro. 1965.
DUBOIS, J. et ALII – Dictionnaire de Linguistique. Paris. 1973.
EPICTETUS – Dissertationes ab Arriano Digestae. Stutgardiae. 1965.
ERNOUT, A. et MEILLET, A. – Dictionaire Etimoligique de la Langue Latine. Paris.1967.
ERNOUT, A. et THOMAS, F. – Syntaxe Latine. Paris. 1951.
FARIA, E. – Dicionário Latim – Português. Rio de Janeiro. 1969.
FARIA, E. – Gramática Superior da Língua Latina. Rio de Janeiro. 1954.
GAFFIOT, F. – Dictionnaire Latin- Français. Paris. 1934.
GAYNOR, F. et alii – Dictionary of Linguistics. New York.1954.
GARCIA, O. M. – Comunicação em Prosa Moderna .Rio de Janeiro.1981.
GRIMAL, P. – Dicionário da Mitologia grega e romana. Rio de Janeiro: BertrandBrasil. 2000.
HORACE – Epitres. Paris. 1989.
ISOCRATES – Orations v. iii. Helen. London. 1959.
JOTA, Z. dos S. – Dicionário de Lingüística. Rio de Janeiro.
KOSSOVITCH, Leon – “Vertentes de figures: o planalto iraniano”. In: Tiraz, 2. 2005.pp. 98-142.
LAUSBERG, H. – Elementos de Retórica Literária. Lisboa. 1972.
LEWIS, C.T. et SHORT, C. – A Latin Dictionary. Oxford. 1987.
LIDDELL, H. G. et SCOTT, R. – A Greek-English Lexicon. Oxford.1977.
MARTINHO, M. dos Santos. “O monstrum da Arte Poética de Horácio”. In: LetrasClássicas, 2000, 4, pp.191-265.
MATTOSO CÂMARA Jr., J. – Dicionário de Filologia e Gramática. Rio de Janeiro.1964.
MEILLET, A. et VENDRYES, J. – Traité de Grammaire Compareé des LanguesClassiques. Paris. 1927.
MONRO, D. B. – A Grammar of the Homeric Dialect. Oxford. 1881.
MORIER, H. – Dictionaire de Poetique et de Rhétorique. Paris.1961.
MOUNIN, G. – Dictionaire de la Linguistique. Paris. 1974.
NOTOPOULOS, JAMES A. – “Parataxis in Homer: A new approch to Homeric LiteraryCriticism”. In: TPAPA, 80. 1949. pp. 1-23.
OXFORD ENGLISH DICTIONARY – V. III. Oxford. 1933.
GLARE, P.G.W. (ORG.) – Oxford Latin Dictionary. Oxford: at Clarendon Press. 2006.
PLUTARCH – Lives v.ii. London. 1959.
POLYBIUS – The Histories v.1 and 5 . London. 1960 and 1954.
QUINTILIAN – Institutio Oratoria. Books IV-VI. Cambridge: Loeb Classical Library.1995.
RAGON, E. – Grammaire grecque. Paris. 1982.
RIEMANN, O. – Syntaxe Latlne. Paris. 1927.
SPRINGHETTI, A. – Lexicon Linguisticae et Philologiae. Roma.1962.
TATE, J. – “Paratatic composition in the oldest greek”. In: Classical Review, 51,5.Oxford: Oxford University Press.1937. pp. 174-5.
THEOPHRASTUS – Opera. Frankfurt. 1964.
THUCYDIDIS – Historiae tomus posterior. Oxonii.1956.
VEYNE, P. – História da Vida Privada v. 1. São Paulo. 1990.
WEBSTER’S NEW WORLD DICTIONARYOF AMERICAN LANGUAGE- New York. 1959.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Revista de Estudos Filosóficos e Históricos da Antiguidade