O reordenamento dos afetos pelo restabelecimento da Ordo Amoris em Santo Agostinho
PDF

Palavras-chave

Vontade
Concupiscência
Caridade
Desejo
Amor

Como Citar

VARGAS, Walterson José. O reordenamento dos afetos pelo restabelecimento da Ordo Amoris em Santo Agostinho. Revista de Estudos Filosóficos e Históricos da Antiguidade, Campinas, SP, v. 20, n. 29, p. 147–185, 2016. DOI: 10.53000/cpa.v20i29.2230. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/cpa/article/view/17120. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Defende-se neste artigo que a contribuição agostiniana ao tema dos afetos, ainda que plenamente ancorada na tradição filosófica antiga, especialmente neoplatônica, é não só original, mas consistiu em marco fundamental para a evolução dos estudos subsequentes sobre este tema. A razão disso está em sua inserção no âmbito mais amplo da metafísica agostiniana, onde a noção de ordem, e especialmente, o papel da vontade nesta ordem, é determinante. Imagem da vontade divina, a vontade humana move a alma por meio de seus desejos na busca de aquisição de seus objetos de desejo. Tal movimento segue à ordem do amor, na qual só Deus, como única realidade da qual se pode fruir sem perigo de perda, pode ser amado por si mesmo. Todas as outras realidades devem ser amadas, ou mesmo usadas, em referência a esta única realidade que pode ser amada de forma absoluta. Rompida esta ordem, presente originalmente na criação, pelo pecado, faz-se necessário agora um reordenamento dos afetos pelo restabelecimento daquela ordem do amor, o que se faz pela transformação da concupiscência (cupiditas) – amor do mundo como fim em si mesmo – em dilectio – amor do mundo orientado para o amor do criador.

https://doi.org/10.53000/cpa.v20i29.2230
PDF

Referências

ARENDT, H. O conceito de amor em Santo Agostinho. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.

BABCOCK, W. S. Cupiditas and caritas. The early Augustine on love and human fulfilment, in: AA.VV. The Ethics of St. Augustine. Atlanta: Scholars Press, 1991, pp. 39-66.

BIANCHI, U. Agustín sobre la concupiscencia, in: Augustinus 36 (1991), pp. 39-51.

BONNER, G. I. Libido and Concupiscentia in St. Augustine, in: Studia Patristica6 (1962), pp. 303-314.

KENT, Bonnie. Augustine’s ethics, in: STUMP, Eleonore / KRETZMANN, Norman. The Cambridge Companion to Augustine. Cambridge: Cambridge University Press, 2006, pp. 205-233.

KOCH, Isabelle. O conceito de “voluntas” em Agostinho, in: Discurso 40 (2010), pp. 71-94.

LETIZIA, F. “Ordo dux ad Deum”: la idea de orden en la ontología y ética agustinianas, in: Augustinus 28 (1983), pp. 385-390.

O’CONNOR, W. R. The uti/frui distinction in Augustine’s ethics, in: Augustinian Sudies 14 (1983), pp. 45-62.

PAGLIACCI, D. Volere e amare. Agostino e la conversione del desiderio. Roma: Città Nuova Editrice, 2003, 244 p.

PEGUEROLES, J. El deseo y el amor en San Agustín, in: Espíritu 38 (1989), pp. 5-15.

PEGUEROLES, J. El orden del amor: esquema de la ética de san Agustín, in: Augustinus22 (1977), pp. 221-228.

SCIUTO, Italo. La volontà del male tra libertà e arbitrio, in: ALICI, Luigi. Il mistero del male e la libertà possibile: linee di antropologia agostiniana. Studia Ephemeridis Augustinianum 48. Roma: Institutum Patristicum Augustinianum, 1995, pp. 111-138.

STUMP, Eleonore. Augustine on free will, in: STUMP, Eleonore / KRETZMANN, Norman. The Cambridge Companion to Augustine. Cambridge: Cambridge University Press, 2006, pp. 124-147.

THONNARD, F. J. La notion de concupiscence en philosophie augustinienne, in: Recherches Augustiniennes 3 (1965), pp. 59-105.

TORCHIA, J. “Pondus meus amor meus”: the weight-metaphor in St. Augustine’s Early Philosophy, in: Augustinian Studies 21 (1990), pp. 163-176.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Copyright (c) 2016 Revista de Estudos Filosóficos e Históricos da Antiguidade

Downloads

Não há dados estatísticos.