Resumo
O filme Cabra marcado pra morrer é analisado por meio da mediação dialética entre processo social e forma estética. Enquanto a versão ficcional (1964) foi uma resposta política ao assassinato de João Pedro Teixeira, a opção pela finalização no formato de
documentário (1984) evidenciou as conseqüências brutais de interrupção da experiência de classe que se articulava. Por meio da estruturação da narrativa de uma diáspora, o documentário descortina progressivamente o percurso regressivo de nosso último ciclo de modernização conservadora e explicita os obstáculos à capacidade de organização da classe trabalhadora. Ao engatar dois tempos históricos, o filme articula um processo de acumulação de experiência, que tem como chave dois desfechos: a autoconsciência da recuperação do protagonismo da luta camponesa e o final de uma geração de combatentes.
Referências
BÔAS, Rafael Litvin Villas. O cinema como força de ativação: Cabra marcado pra morrer e o legado de nossa tragédia. Crítica Marxista, Campinas, SP, v. 16, n. 28, p. 153–162, 2009. https://doi.org/10.53000/cma.v16i28.19429
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